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Etanol comanda a alta do custo de vida do paulistano

O custo de vida no município de São Paulo teve alta de 0,25% em agosto, aumento de 0,11 ponto percentual (pp) em relação ao mês anterior, que apresentou elevação de 0,14%. Segundo o Índice do Custo de Vida (ICV) divulgado nesta quinta-feira (9) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o aumento no preço do álcool combustível (etanol), de 7,74%, foi o maior responsável pela alta.

O preço médio do etanol em agosto contribuiu com 0,1 ponto percentual no cálculo no índice. O grupo transporte, impulsionado pela alta do álcool, teve participação de 0,13 pp na elevação de 0,25% do custo de vida. O grupo habitação foi responsável por 0,12 pp, com destaque para o aumento nos preços dos aluguéis e nas tarifas de luz.

Segundo a coordenadora de Pesquisa do Dieese, Cornélia Nogueira, a elevação do preço do etanol era esperada, pois o atacado já havia apresentado alta no mês anterior. “Toda vez que há alta no preço do atacado, um mês depois a alta chega no varejo”, afirmou. De acordo com ela, como o atacado continua em alta, provavelmente o preço ao consumidor do combustível continuará em alta no próximo mês.

No acumulado do ano, o ICV apresentou crescimento de 3,62%. Os grupos com taxas superiores a esse índice foram saúde (5,62%), educação e leitura (4,93%) e habitação (4,46%). A taxa do grupo educação e leitura foi registrada apenas no início do ano, quando as escolas costumam ajustar seus valores. Provavelmente, segundo o Dieese, não afetará a inflação no restante de 2010. Em relação à saúde, o órgão informa que a alta ocorreu tanto na assistência médica (5,54%) como nos medicamentos e produtos farmacêuticos (6,02%).

Taxas semelhantes ao índice geral foram detectadas nos grupos despesas pessoais (3,9%) e alimentação (3,58%), enquanto transporte teve variação de 1,93%. Taxas negativas foram apuradas para os grupos recreação (- 0,36%), vestuário (- 0,43%) e equipamento doméstico (- 0,81%).

Os aumentos nos subgrupos da habitação (4,46%) não foram homogêneos, sendo acentuadamente maiores para locação, impostos e condomínio (7,44%) e conservação (7,37%). No grupo despesas pessoais (3,9%), as taxas foram distintas entre os subgrupos: higiene e beleza (1,89%) e fumo e acessórios (6,39%). Na alimentação (3,58%) foram registradas taxas elevadas no item grãos (17,17%) – devido ao extraordinário aumento do feijão (57,28%) – e carnes (6,94%), sendo maior para bovinas (7,17%) e menor para suínas (2,80%).

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