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Etanol afeta inflação nos EUA em 2008

A contribuição do etanol na inflação dos alimentos dos Estados Unidos no ano passado, a mais elevada desde 1980, deverá acrescentar até US$ 900 milhões ao custo dos programas de nutrição no ano fiscal de 2009, disse o Departamento de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) daquele país, de acordo com as agências internacionais.

O emprego de biocombustíveis respondeu por até 15% da alta dos preços dos alimentos no país entre abril de 2007 e abril de 2008, informou o órgão. Os grãos básicos subiram 5,9%, segundo dados do governo. Os grãos aumentaram os gastos da ajuda alimentar prestada pelo governo à população pobre, disse o órgão.

O relatório, solicitado pelos parlamentares democratas Ron Kind, Rosa DeLauro e James McGovern, também estudou o impacto do etanol sobre o consumo de gasolina e a produção de gases de estufa.

As misturas com etanol devem ter reduzido o emprego de gasolina nos Estados Unidos em 4% e as emissões de gases de estufa geradas pelo transporte em menos de 1% no ano passado, disse o relatório.

O impacto de longo prazo dos biocombustíveis sobre o meio ambiente não está claro porque as florestas podem ser transformadas em terras agricultáveis, o que reduziria o volume de dióxido de carbono eliminado da atmosfera pelas árvores, disse o documento.

O salto dos preços dos alimentos ocorrido no ano passado nos EUA também foi puxado pelos preços recorde do petróleo, segundo o estudo. Os custos com biocombustíveis estavam entre os aspectos mais polêmicos dos aumentos de preços e do surto de valorização das commodities do ano passado.

Os biocombustíveis responderam por 2% a 3% do aumento, segundo o governo do ex-presidente George W. Bush. O Instituto Internacional de Pesquisa em Política Alimentar situou o aumento relacionado aos combustíveis em 30%.

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