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Estudo prevê aumento de 170% na movimentação de cargas até 2018

A movimentação de cargas no Porto de Santos deve aumentar mais de 170% nos próximos dez anos, chegando ao total de 218 milhões de toneladas, segundo o estudo Visão da Logística Nacional 2018 — Como e onde estaremos, recém-anunciado pela Trevisanda Consultoria. Nesse período, é prevista uma queda nos embarques e desembarques de cargas agrícolas, o que será recompensado com o aumento das operações de contêineres e de carga geral, produtos essencialmente de alto valor agregado.

Esse cenário depende, principalmente,do ritmo de execução das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da permanência do comércio exterior aquecido e das políticas e dos projetos de expansão do sistema portuário nacional.

Atualmente, o Porto de Santos tem capacidade para movimentar 110 milhões de toneladas. Somente no ano passado, o complexo atingiu a casa de 80 milhões de toneladas.

“O potencial para, em 2018, Santos chegar a 218 milhões de toneladas existe. Essas cargas existem. Mas as condições ou garantias de escoamento são outra história”, destacou o sócio-diretor de Infra-estrutura, Transportes e Logística da Trevisan, Olivier Girard.

De acordo com o levantamento, feito através de uma análise da percepção do mercado internacional e do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% ao ano, o complexo santista crescerá nos embarques e desembarques de contêineres e de carga geral. A expectativa é que a região escoará 65% do volume nacional neste segmento. Atualmente, são 40%, o que totaliza pouco mais de 2 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20pés).

“Este tipo de movimentação já está crescendo ao longo dos últimos dez anos e deve continuar”, destacou o sóciodiretor da Trevisan.

Por conta deste acréscimo nas operações, Girard destacou que está na hora do porto iniciar suas ampliações, especialmente as dos terminais voltados a contêineres. “Para atender toda a demanda, nem Barnabé-Bagres (que duplicará a capacidade do cais) será suficiente. Tem que ampliar e construir novos”.

Para movimentar essas cargas, serão necessárias instalações como o Embraport, empreendimento do Grupo Coimex atualmente em construção, o Terminal Portuário de Guarujá (TPG), no Complexo Industrial e Naval de Guarujá (Cing), e o Brasil Terminal Portuário, da Europe Terminais, que será instalado onde funcionava o lixão da Alemoa.

CARGAS AGRÍCOLAS

Segundo o estudo, o volume de soja escoado hoje pelo cais santista representa 24% da produção. Até 2018, esse percentual deve ser reduzido em quatro pontos. “Não significa que haverá menos carga, mas uma diminuição na participação de Santos”, respondeu.

O escoamento deste tipo de mercadoria migrará para os portos de Itaqui (MA) e Santarém (PA), um reflexo das obras do PAC, que vão facilitar a chegada da produção de Mato Grosso para esses portos. Respectivamente, as obras responsáveis por estas mudanças serão a BR 163 e a Ferrovia Norte-Sul.

No caso do açúcar, a participação de Santos cairá de 68% para 60%. Em 2018, serão 16,1 milhões de toneladas movimentadas pelos terminais da região. Neste caso, Itaqui e Santarém se beneficiarão com o deslocamento da produção do Centro-Oeste. “Os principais novos corredores projetados até 2018 serão construídos de Brasília para cima, melhorando a infra-estrutura logística das commodities agrícolas com impacto direto na fatia destinada a Santos”, disse Girard.

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