Mercado

Estrangeiros aumentam sua fatia em açúcar e álcool

JC 190 – A participação de grupos estrangeiros no setor sucroalcooleiro deverá aumentar a passos largos nos próximos anos. Com a incorporação do grupo Santelisa Vale, de Sertãozinho, interior de São Paulo, pela companhia francesa Louis Dreyfus, o avanço das multinacionais na cana ganha um peso maior.

A Louis Dreyfus poderá ocupar a vice-liderança na moagem de cana no país, com a conclusão dessa incorporação, ficando atrás do grupo Cosan, a maior produtora de açúcar e álcool do mundo. Na safra 2008/09, os franceses ocupavam a oitava posição no ranking. A própria Cosan, a maior do mundo, tem entre seus principais acionista fundos internacionais.

Os grupos estrangeiros começaram a entrar no setor a partir dos anos 2000. Na safra 2008/09, a participação dessas companhias na moagem de cana estava em cerca de 12%. Embora ainda seja uma fatia razoavelmente pequena, a expansão das multinacionais no setor tem crescido ano a ano.

Com mais de 400 usinas no país, o perfil dos grupos econômicos do setor mudou nos últimos dez anos. A estreia de grupos estrangeiros no país ocorreu em 2000, com a chegada da própria Dreyfus, com a compra da usina Cresciumal, em Leme (SP). Um ano depois foi a vez da também francesa Beghin-Say (que depois foi incorporada pelo Tereos).

Nos últimos quatro anos, com o boom do etanol no mercado internacional, o Brasil tornou-se alvo de investidores estrangeiros no setor. Multinacionais como Cargill, Bunge, ADM, tradings, entre elas as japonesas Sojitz, Mitsui e Itochu, fundos de investimentos internacionais compraram participações em usinas. Há cinco anos, a participação dos estrangeiros na maogem de cana no país não representava 5% do total de cana processada.

Apesar da maior participação de grupos estrangeiros no setor sucroalcooleiro, a fatia de grupos nacionais continua significativa, com os recentes investimentos de tradicionais empresários em novas usinas, segundo fontes do setor.

Grandes grupos nacionais foram os principais responsáveis pelo avanço de novos projetos do país. O grupo Cosan, por exemplo, deu um salto este ano com a incorporação da Nova América, saltando de 18 usinas para 23, confirmando seu perfil consolidador.

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