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Energisa fica com 100% da cogeração da Tonon

Energisa fica com 100% da cogeração da Tonon

A Tonon Bioenergia, que conta com três usinas de cana-de-açúcar no Centro-Sul do país, vendeu 15% do capital que ainda detinha em duas unidades de cogeração para a Energisa. A produtora e distribuidora de energia já era dona de 85% das duas plantas – Energisa Vista Alegre e Santa Cândida -, e agora assumirá 100% de ambas. Pela fatia adicional, a Energisa pagará R$ 23 milhões ao grupo sucroalcooleiro, que tem entre os sócios o fundo de private equity FIP Terra Viva, gerido pela DGF Investimentos.

No acordo de compra e venda que assinaram, as empresas também ampliaram o prazo de exploração das unidades pela Energisa até o fim de 2042, oito anos a mais que o previsto no contrato anterior (referente à venda da participação de 85%), de acordo com o CEO da Tonon Bioenergia, Rodrigo Aguiar. Depois desse período, as termelétricas voltarão ao controle da empresa de açúcar e etanol, pelo valor contábil.

Juntas, as duas unidades – uma localizada em Bocaina (SP) e outra em Maracaju (MS) -, que utilizam bagaço de cana para produzir eletricidade, somam uma capacidade instalada de cogeração da ordem de 60 megawatts (MW).

As três usinas de cana-de-açúcar da Tonon – duas em São Paulo e uma em Mato Grosso do Sul – previam processar, juntas, 8,1 milhões de toneladas neste ciclo 2014/15. Mas a seca que assolou os canaviais paulistas da companhia tende a reduzir essa oferta para 7,4 milhões de toneladas, diz Aguiar. A meta da companhia é moer neste ano 6,9 milhões de toneladas e, em março de 2015, retomar o processamento nas três unidades para atingir um volume adicional de 400 mil a 500 mil toneladas da matéria-prima.

Em 14 de novembro, a companhia divulgará seus resultados do segundo trimestre da safra 2014/15, encerrado em 30 de setembro. “Será um trimestre parecido com o anterior, com a desvalorização cambial afetando contabilmente o resultado líquido”, afirma Aguiar. No trimestre até 30 de junho, houve prejuízo líquido de R$ 29,6 milhões, ante perda de R$ 99,5 milhões em igual período de 2013. A receita líquida cresceu 32,7%, para R$ 211,7 milhões.

O CEO da Tonon antecipa que a companhia apresentará no balanço do segundo trimestre uma posição de caixa em 30 de setembro de R$ 146 milhões. “Será suficiente para arcar com todos os nossos compromissos”, afirma. Neste mês, a empresa pagará em torno de US$ 14 milhões de juros aos investidores do bond emitido em maio passado. Em janeiro, vence o juro de aproximadamente US$ 15 milhões referente à dívida externa emitida em 2013.

Com a recente transação com a Energisa, a Tonon Bioenergia deixa de ter participação em unidades de cogeração. Há alguns anos, já havia vendido a planta termelétrica de Brotas (SP), com capacidade de 70 MW, para a Rhodia, empresa do grupo Solvay.

Ao todo, a Energisa tem capacidade instalada de produção de eletricidade de 373 MW – 163 MW provenientes de usinas hidrelétricas, 150 MW de eólicas e 60 MW de termelétricas que utilizam bagaço.

(Fonte: Valor Econômico)

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