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Endividamento pode reduzir produção na Usinas Itamarati

Endividamento pode reduzir produção na Usinas Itamarati
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É na entressafra que as perspectivas de moagem, assim como produções de açúcar, etanol e energia, se formam. É neste período que boa parte dos investimentos são feitos, visando melhorias nos canaviais, aumento de eficiência na indústria e maior integração entre os processos. Contudo, tais investimentos têm se tornado cada vez mais escassos em uma fase de contenção de despesas, se é que podemos denominá-los assim.

Para realizá-los, as usinas buscam linhas de crédito, já que ao longo da safra os preços de mercado não permitem a formação de uma reserva destinada a este tipo de investimento. Com isso, o nível de endividamento cresce ano a ano, comprovando que o setor canavieiro busca fazer sua parte, mas a contrapartida não é real.

Por conta da burocracia e dos dividendos, várias unidades produtoras não têm acesso a essas linhas de crédito, em sua maioria, disponibilizadas pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

O ProRenova – Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais é exemplo disso. “Nós, da Usinas Itamarati, tínhamos o objetivo de plantar 11 mil hectares na próxima entressafra, só que destes, só 3,5 mil hectares serão possíveis. Apesar de o governo disponibilizar meios para que a renovação seja feita, poucas usinas se utilizam já que o endividamento é um problema. Temos ainda a questão da documentação, que torna o procedimento ainda mais burocrático. É preciso flexibilizar o acesso das usinas a estes recursos, só assim vamos nos reerguer”, explica Sylvio Nóbrega Coutinho, diretor-presidente da Usinas Itamarati.

Como consequência, ele explica que em um momento onde ser competitivo é fundamental para a manutenção das empresas, a previsão é diminuir a colheita e com isso perder produtividade. “Com o plantio que fizemos na safra passada devemos moer cerca de 6 milhões de toneladas na 2013/14. Já para a próxima, com a redução na renovação dos canaviais, o valor final deve cair para cerca de 5,3 milhões de toneladas. Essa queda impacta diretamente em nossa competitividade. Meu canavial ficará mais velho, já que sem a renovação, a idade média da planta cai”, finaliza.

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