Mercado

Empresas e governo buscam negócios no mercado árabe

Brasil participará, pela primeira vez, de uma feira em Dubai, em 2004. O Brasil participará em 2004, pela primeira vez, do Dubai Shopping Festival, um dos principais eventos de negócios e entretenimento dos Emirados Árabes Unidos. O primeiro-secretário do Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores, Evaldo Freire, disse que a presença do Brasil neste festival de Dubai coincide com uma visita importante do governo brasileiro. “Esta articulação acontece exatamente no momento em que o comércio Brasil-Árabe começa a decolar e vai ganhar ainda mais força com a visita do presidente Luiz inácio Lula da Silva à região, no segundo semestre”, disse.

O governo envia missões comerciais à região desde 2000 e em 2002 a balança comercial mostrou crescimento. As exportações do Brasil aos 22 países árabes foram de US$ 2,6 bilhões, 16% a mais do que em 2001. Podem crescer 270% até 2006, segundo estudo da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. As exportações podem chegar a US$ 7 bilhões nos próximos quatro anos.

Até maio deste ano, os países árabes e o Brasil já fizeram negócios que somam US$ 1,5 bilhão, com saldo favorável ao Brasil de US$ 391 milhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior.

Freire diz que a dimensão territorial e populacional dos Emirados Árabes Unidos tende a mascarar sua verdadeira importância como mercado importador, centro reexportador e mercado financeiro. Mas, segundo ele, vários fatores contribuem para que os Emirados possam ter grande interesse econômico e financeiro para o Brasil. “O primeiro deles é uma renda per capita de US$ 25 mil, em um local onde praticamente se importa tudo, de fio dental a carros.”

Outras vantagens apontadas são a ausência de restrições quantitativas e qualitativas e de impostos para pessoa física e jurídica; taxas alfandegárias reduzidas, excelentes instalações portuárias e aeroportuárias e grandes investimentos na construção de uma infra-estrutura eficiente. “Em Dubai há a zona franca de Jebel Ali, onde operam mais de mil empresas estrangeiras e por onde passam mais de 80% do total das reexportações dos emirados”, diz o diretor da Mercado Árabe, Nasser Kader. A relação histórica com os árabes também conta pontos para o Brasil. “O País possui 12 milhões de descendentes, sendo 10 milhões de libaneses”, lembra Freire.

Artigos como carne de boi, frango, minério de ferro, café e açúcar continuam sendo os mais vendidos aos árabes, mas outros começam a despontar. A Tramontina, por exemplo, projeta um centro de distribuição em Dubai, embalada pelo bom desempenho da unidade de cutelaria da empresa em 2002. As exportações de US$ 500 mil, em 1998, cresceram a US$ 2,4 milhões no ano passado.

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