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Empresa comemora pedidos em carteira para Moderfrota

A esperada notícia para o setor de máquinas e implementos agrícolas de liberação dos recursos do Moderfrota chegou para a diretoria, gerências e concessionários na abertura da convenção anual da John Deere Brasil, que se realiza no Hotel Sheraton, no Rio de Janeiro. Dos milhares de contratos que aguardam por verbas junto ao BNDES, um recorde na história do setor, a Companhia já tem número significativo de pedidos de financiamento encaminhados para fábrica em Horizontina (RS).

A convenção, que tem uma agenda de debates sob o signo “Prosperando na Mudança”, foi aberta pelo presidente da John Deere Brasil, Jim Martinez, responsável pela operação da Corporação na América do Sul e no Caribe. Martinez transmitiu no encontro duas boas notícias: a primeira de que a recuperação da Argentina começa firme e forte com registros de encomendas de colheitadeiras (há seis meses os pedidos eram zero), e a segunda que o setor que mais cresce no mundo, o de alimentos, vai continuar se expandindo para alimentar o exército de milhões de pessoas que nascem a cada ano. “Nosso negócio vai continuar forte”, disse ele.

A convenção da John Deere Brasil reúne 260 pessoas, entre diretores, gerentes e concessionários que durante dois dias vão discutir os cenários da economia para 2003. Embalados na boa performance do agribusiness em 2002, o setor projeta bons ventos para o próximo ano, independentemente da mudança de governo. A previsão do economista José Roberto Mendonça de Barros, um dos palestrantes da convenção, de que a economia não vai crescer muito veio acompanhada por um fator de otimismo para a convenção da John Deere: ela será carregada pela agricultura no ano que vem.

No entanto, Mendonça de Barros previu que o novo governo enfrentará um outro desafio tendo em vista que o PT defende uma agricultura com enfoque familiar e o Brasil cresce com uma agricultura com enfoque comercial. “Tudo é uma questão de tempo e não só climático”, lembrando que “o problema do governo do PT é ajustar as expectativas”.

No cenário macroeconômico do setor agrícola, o programa Fome Zero do governo do PT não trará um salto na demanda. A projeção é do consultor André Pessôa, da Agroconsult, de São Paulo, baseado na redução da massa salarial. Ele projeta também que, dentro da mais positiva perspectiva setorial, a demanda por milho será reduzida no exercício de 2003 em, no mínimo, 1 milhão de toneladas, por falta de produção. “Já temos notícia de canibalismo entre suínos em Santa Catarina”. A indústria não conseguirá passar 2003 sem fazer ajustes, finalizou Pessôa.

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