Mercado

Em busca de mais produtividade

Nem todas os obstáculos ao etanol são postos pelo Governo Federal. O coordenador regional de comunicação União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Sérgio Prado, não exime os produtores da responsabilidade pelo desenvolvimento do etanol. “Claro que a iniciativa privada precisa fazer sua parte, precisamos ter mais eficiência, cana mais produtiva”.

Com a possibilidade de gerar inclusive a energia consumida pelas usinas, o setor busca aumentar aumentar a produtividade. O primeiro passo, afirma Prado, é a retomada do volume de cana cultivada por hectare, que está em 65 toneladas, 20 a menos que há quatro anos.

O melhor aproveitamento da matéria-prima também é etapa importante. Ele explica que o País desenvolve pesquisas o etanol de segunda geração, que aumenta em até 40% a produção. Ele é resultado do aproveitamento do bagaço e da palha da cana de açúcar, que hoje são jogadas fora, desperdício de 2/3 do insumo. “Com ela poderia até gerar a própria energia por meio da biomassa”, completa.

Segundo o coordenador, as pesquisas são capitaneadas pela Petrobras, que trabalha com protótipo. Por enquanto, conforme relata, o etanol de segunda geração sairia duas vezes mais caro do que o fabricado atualmente. “A chegada da Petrobras Biocombustíveis pode colaborar. Em vez de queimar dinheiro e poluir, você pega isso e faz etanol”, afirma Prado.

Os investimentos, garante Prado, podem levar o setor sucroalcooleiro à sustentabilidade. “Ele tem que fazer tudo para ser sustentável, com açúcar, etanol, energia elétrica. Mas isso é caro.”

Encarecimento

Além da competição com a gasolina, crise internacional e quebra de safra, o setor também teve um encarecimento na produção. “A terra, o trabalho, o adubo, os terrenos aumentaram. Tudo isso encareceu a produção”, explica. Segundo a Unica, o setor é responsável por 1,2 milhão de empregos em todo o País. Além de comprar 35% da matéria-prima de produtores independentes.

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