Mercado

Diretor da ANP defende reajustes periódicos do preço da gasolina

O diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Helder Queiroz defendeu nesta quarta-feira a adoção de uma política de reajustes periódicos dos preços da gasolina no Brasil para acompanhar a variação dos preços do combustível no mercado externo. Segundo ele, a medida vai dar previsibilidade para os agentes do mercado de petróleo e derivados no país.

“Eu na academia já vinha falando sobre isso há bastante tempo. Não é preciso reajustar [o preço da gasolina] toda a semana. Pode ser a periodicidade que for, mas é preciso que reflita e dê sinais para os agentes que o preço [da gasolina] tem um critério sólido de formação. Isso será bom para o governo, o consumidor e as empresas”, afirmou Queiroz, durante seminário sobre infraestrutura promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

A proposta já era defendida pelo ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli, mas sempre encontrou resistências no governo. O principal motivo é a importância elevada que o preço dos combustíveis tem na composição da inflação do país.

O diretor da ANP adiantou que o órgão regulador está realizando um estudo sobre a formação do preço da gasolina no Brasil. O objetivo é entender a fundo o peso de variáveis como o câmbio e o preço internacional do combustível na estruturação do preço do produto no país. O estudo deve ser concluído ainda neste ano.

Queiroz lembrou que a defasagem dos preços em relação ao mercado externo afetou mais a Petrobras nos últimos dois anos, devido à necessidade maior de importação da gasolina, para atender o mercado interno. O consumidor brasileiro passou a consumir mais gasolina, por causa da elevação dos preços do etanol.

“A Petrobras não estava esperando por isso [queda do consumo de etanol e aumento da demanda por gasolina]. E passou a importar gasolina. Cada litro de gasolina importada que ela traz acaba aumentando o prejuízo”, afirmou o diretor da ANP.

Aumento da mistura

Helder Queiroz confirmou que o governo pretende elevar em junho de 2013 o percentual de álcool anidro na gasolina, de 20% para 25%. Ele disse, no entanto, que a decisão cabe ao governo e que a área da ANP que trata do assunto é ligada ao diretor Allan Kardec. Queiroz disse também que existe a possibilidade dessa elevação ocorrer antes, caso a produção de etanol seja suficiente para permitir o aumento sem pressionar os preços.

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