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Daniel Messac Sociedade goiana na agenda do etanol

São cada vez mais evidentes as consequências altamente benéficas do uso dos biocombustíveis e de energias limpas, como geração de milhares de empregos, menor emissão de gases de efeito estufa, geração de energia elétrica e melhoria da saúde pública. É espantosa a economia em recursos da saúde e em vidas humanas com a substituição dos combustíveis fósseis pela nossa renovável energia verde.

Só a produção do etanol – combustível mais indicado para substituir a gasolina – é responsável por quase quatro milhões de postos de trabalho em todo o Brasil, mais de US$ 6 bilhões gerados em impostos. Está presente em 1.042 municípios, distribuindo renda e interiorizando o desenvolvimento nacional. Para cada usina de etanol, a geração de empregos varia de 600 (caso de colheita mecânica, que permite o aproveitamento do bagaço e da palha para geração de bioenergia) a 1.500 postos de trabalho. A propósito, 60% da colheita da cana do nosso Estado já é mecanizada, reduzindo assim a queima da cana.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, para cada emprego gerado no campo, outros três são abertos na área urbana. Com isso, a variação é de 2.400 a 6 mil vagas. O uso do etanol em substituição à gasolina já permitiu uma redução de emissões de 600 milhões de toneladas de CO2, o equivalente ao plantio de 2 bilhões de árvores.

Estudo do Laboratório de Poluição da Faculdade de Medicina da USP estima que se todos os carros da Região Metropolitana de São Paulo fossem movidos exclusivamente a gasolina haveria um incremento de 400 mortes e mais de 25 mil internações hospitalares por ano, com um custo anual de R$ 140 milhões para o sistema de saúde.

No período de 1996 a 2006, o uso do etanol no Brasil evitou 10% das emissões dos gases de efeito estufa. Portanto, a nossa matriz energética é uma das mais limpas do mundo, o que é extraordinária vantagem a ser incorporada aos nossos produtos no comércio mundial.

Devemos ressaltar ainda que a colheita da cana coincide exatamente com a época em que os reservatórios não estão cheios. Por isso, coloca-se como uma boa alternativa para a composição da matriz elétrica brasileira. As nossas usinas já usam o bagaço para gerar a energia que consomem, e podem, num futuro próximo, dispor do excedente para atender as necessidades do País.

Neste contexto, o seminário O setor sucroenergético e a Assembleia Legislativa, proposto com muita seriedade pelo Sindicato das Indústrias de Fabricação de Álcool e Açúcar de Goiás, é uma excelente oportunidade para esclarecer a sociedade goiana sobre os benefícios das energias renováveis. Inclusive, face à sua importância para o conjunto da população, este é uma tema que deve galvanizar as atenções do maior número possível de representantes da sociedade organizada e instituições. Esperamos que este acontecimento venha a se traduzir em maiores esforços para ampliar o consumo do etanol em veículos automotores e motocicletas, o incentivo ao crescimento da bioeletricidade e a derrubada de mitos e preconceitos acerca do produtivo setor sucroenergético.

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