Mercado

Da Barra em ascenção, com alimentos e bebidas

As vendas de alimentos e bebidas da marca Da Barra estão em ascenção, impulsionando o crescimento da empresa neste ano ano. O novo portfólio do grupo, que estreou em seis categorias de alimentos e bebidas com 39 itens, foi responsável por 15% das vendas de R$ 230 milhões, em 2004.

A expansão das vendas foi de 30%, o que a companhia espera repetir este ano, atingindo R$ 300 milhões. Até agora, sete novos itens chegaram às prateleiras e outros serão lançados até dezembro.

Com o sucesso da operação, o gerente de marketing da empresa, Ricardo Brener, não esconde a expectativa de ver a marca Da Barra ultrapassar as fronteiras do Brasil. Ele adianta que conversas neste sentido estão em curso e, já neste semestre, as exportações devem ser iniciadas.

– Estamos em negociação com empresas estrangeiras e nacionais que mostraram interesse em distribuir nossos produtos no exterior. Os primeiros produtos deverão ser embarcados com a marca Da Barra, mas temos flexibilidade para vender com o nome de terceiros também – afirma Brener.

Conhecida pela produção de açúcar e álcool, a empresa do Grupo Cosan tem destinado grande parte de seu investimento à divulgação da marca no setor alimentício.

Brener não revela o valor que será destinado às ações de marketing e comunicação este ano, mas revela que o volume será superior aos R$ 12 milhões investidos na unidade de varejo em 2004.

– Estamos há pouco tempo neste mercado e precisamos investir para mostrar que a Da Barra pode ser opção de uso diário para a dona-de-casa – conta o gerente de marketing.

A trajetória de vendas de alimentos e bebidas vem agradando ao Grupo Cosan, sinal de que os esforços para difundir a marca no mercado estão dando certo. Tanto que Brener já acena com a possibilidade de dar início à fabricação própria.

Terceirização

A preocupação da empresa ao estrear neste mercado era garantir qualidade. “Por isso, optamos pela terceirização da produção. Vale lembrar que as fórmulas e matérias-primas são fornecidas pela Da Barra. Hoje, quando observamos a aceitação da marca, já podemos pensar em fabricar nossos produtos – assinala. As vendas dos novos itens foram responsáveis por 15% da receita em 2004. Com o aumento do portfólio, Brener acredita que a participação ultrapasse 20% neste ano.

Este ano, a Da Barra lançou o Cremingau (mistura para mingau) em três sabores, duas novas mistura para bolo (cenoura e fubá), mistura para bolinhos de chuva e a versão light para o achocolatado, com 25% menos calorias. Atualmente, a linha de chocolate em pó é o carro-chefe da unidade de varejo.

– Os lançamentos são feitos de acordo com as oportunidades de mercado. As misturas para bolo de fubá e cenoura, por exemplo, são resultados de muitos pedidos dos consumidores através do SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) – conta o executivo.

Brener mostra-se confiante em relação às operações da unidade de varejo. Ele diz que, apesar da queda na renda observada nos últimos dois anos, o setor de alimentos vêm mantendo o giro elevado. Segundo ele, esse foi um dos fatores que levou a Da Barra a estrear neste mercado.

De janeiro a maio deste ano, as vendas reais do setor de alimentos cresceram 2,2% se comparadas a igual intervalo do ano passado, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). A expectativa da entidade para o encerramento deste ano aponta para incremento de 3% a 3,5% do faturamento registrado em 2004, de R$ 175,9 bilhões.

Produção em alta

Já a produção cresceu 5,6% de janeiro a maio deste ano sobre igual período de 2004. No acumulado de maio de 2004 a maio de 2005, a expansão foi de 5,7% em relação aos 12 meses anteriores.

“O crescimento dos últimos 12 meses e dos primeiros cinco meses do ano estão bons, mas não sabemos se será possível segurá-lo”, diz o coordenador do Departamento de Economia da Abia, Denis Ribeiro. Ele prevê que, com o atual cenário econômico, de juros altos e real valorizado, a expansão da produção deve ser de 4% a 4,5% em 2005.

As exportações de alimentos processados em 2004 somaram US$ 17 bilhões, 28% a mais do que em 2003. Nos primeiros cinco meses do ano, as vendas externas saltaram de US$ 5,9 bilhões em 2004 para US$ 7,3 bilhõesneste ano, alta de 23,7%. Ribeiro diz que o setor deve vender ao exterior US$ 20 bilhões neste ano.

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