Mercado

Crise energética entra na pauta em Davos

Davos (Suíça), Apesar de China e Índia monopolizarem a maior parte da atenção durante o Fórum Econômico Mundial (WEF), encerrado ontem em Davos, Suíça, temas que preocupam o empresariado global, como a questão energética ganharam merecido destaque. Quatro painéis na sexta-feira foram dedicados para o subtema energia, em meio à preocupação em relação à forte alta dos preços do petróleo no mercado global.

A contínua valorização da commodity deverá causar queda na economia, pois impacta diretamente na queda do poder de consumo da população e nos custos diretos do setor industrial. Estimativas recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentadas durante o fórum apontam que se o barril sobe US$ 5, o Produto Interno Bruto (PIB) global cai 0,3 ponto percentual. Após três décadas da crise do petróleo, é hora de revisitar o paradigma de segurança de energia de 1970, segundo relatório divulgado pelo WEF.

O recente problema de fornecimento de gás na Europa e a escalada dos preços do petróleo são algumas das ameaças que ainda não possuem alternativa imediata, analisaram especialistas na sexta-feira. Há uma crise energética em incubação devido à grande demanda da China e da Índia. Um dos grandes desafios da Europa, com isso, é reduzir a sua futura dependência de fornecedores de petróleo, e, para isso, pretende cortar o consumo de óleo no transporte, disse o secretário de Energia da União Européia, Andris Piebalgs, à Reuters.

As previsões da Comissão Européia indicam que as importações poderão crescer 70% para consumo de energia e 90% para certos combustíveis. Outra preocupação em Davos é com relação ao próprio crescimento. Mas existe um temor de que a crise poderá ser causada por atentados terroristas nos países produtores ou contra a infra-estrutura petrolífera nas economias desenvolvidas, alertou o representante Democrata de Massachusetts (EUA), Ed Markey.

Os últimos furacões que arrasaram a costa sul dos Estados Unidos ainda ajudaram a cortar ainda mais a capacidade de produção do país que mais consome petróleo. E, como essa alta nos preços dura cerca de um ano, os produtores estão cautelosos em relação a aumentar a produção.

Interesse pelo Etanol

Diante desse panorama, o etanol começa a ser visto como opção, tanto que ganhou destaque em um painel sobre o futuro da energia alternativa. O presidente da Petrobras, José Sergio de Azevedo Gabrielli, disse que foi bastante abordado sobre o álcool durante o evento. “Temos 30 anos de experiência com álcool. Somos o único país do mundo com uma rede com 30 mil postos capazes de oferecer álcool e gasolina como combustíveis”, disse Gabrielli. A Petrobras, companhia que formou recentemente uma joint venture no Japão para a comercialização do etanol naquele país e exporta álcool para a Venezuela, está com várias possibilidade para aumentar as exportações do produto.

Gabrielli informou que a empresa mantém negociações com vários países como Estados Unidos, China, Nigéria e Alemanha, mas ainda em fase inicial. Por outro lado, a companhia tem como estratégia de longo prazo ampliar a capacidade de produção de etanol. Até 2007, pretende construir três novas unidades para produção do produto.

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