Mercado

Crise da tequila abre espaço para a cachaça

Os exportadores brasileiros de cachaça vão aproveitar a brecha proporcionada pela ‘crise da tequila’ para ampliar os embarques da bebida nacional e consolidar o reconhecimento do produto como uma mercadoria genuinamente brasileira. A meta do setor é elevar as exportações de cachaça para 30% da produção nacional, a curto prazo.

Atualmente no País, são produzidos cerca de 1,5 bilhão de litros da bebida, dos quais apenas 1%, ou, 14,5 milhão de litros são exportados, para mais de 70 países. A Alemanha é o maior comprador e responde por 29% do total. Em seguida, está o Paraguai com 25%.

“Um ponto importante para o crescimento das exportações, é a crise da tequila, proveniente da espécie agavi azul, que demora entre 6 e 8 anos para crescer e ser utilizada pelos produtores da bebida. Diante disso, a cachaça possui grandes chances de assumir esse lugar”, afirma o diretor de marketing da 1ª Feira Internacional da Cachaça (Expocachaça), José Lúcio Mendes.

Ainda segundo Mendes, a falta de um marketing mais agressivo, a exemplo do que ocorreu com a tequila, é um dos entraves para o avanço dos embarques.

“Poderíamos ter um número maior de exportadores, se não fosse a má divulgação do produto”, disse Mendes, que cita como exemplo, os Estados Unidos, que consomem US$ 2,6 bilhões em destilados, dos quais apenas US$ 500 mil são de bebidas brasileiras.

Segundo Mendes, a vinda do evento para a cidade de São Paulo, servirá como ferramenta para reforçar as ações de marketing que envolvem a bebida, funcionando como uma porta de entrada para o mercado internacional. “Hoje em São Paulo, são consumidas 24 milhões de doses/ano de cachaça somente nos botequins”, diz Mendes.

Para a primeira edição da feira, 61 expositores representarão 220 marcas do setor da cachaça, destaca o organizador do evento, Paulo Rocha.

Entre as novidades está a presença da Brasintec, empresa italiana, que trará novidades na aparelhagem para micro oxidação no processo de envelhecimento da bebida.

A Monim, francesa, mostrará as diversas essências para área de coquetelaria, onde é utilizada com muita freqüência a cachaça e Faberglass, também francesa, mostrará os conceitos de garrafas premium.

A feira começa hoje na capital paulista e vai até o dia 22. São esperadas 8 mil pessoas.

Meta do setor é elevar as exportações de cachaça para 30% da produção de 1,5 bilhão de litros; hoje, apenas 1% é embarcado.

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