Mercado

Cotação do açúcar pode voltar a reagir com mais álcool na gasolina

A alta de 4,7% nos preços do açúcar, para o contrato 11 na Bolsa de Nova York, ontem, cotado a 11,86 centavos de dólar a libra-peso, conduzem as cotações da commodities para um nível de estabilidade, segundo acreditam alguns analistas. “Sem um fato novo, não deverá haver novas oscilações expressivas nos preços do açúcar”, afirmou Gil Barabach, analista da Safras & Mercado. Para ele, o mercado do setor já chegou ao seu nível mais baixo, o que significa que não há mais espaço para o preço cair ainda mais.

Ao contrário, poderá até a voltar a subir, caso se confirmem as declarações do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, ontem, em São Paulo, segundo as quais, o governo poderá determinar um maior percentual de álcool na gasolina dentro de duas semanas. Guedes considera improvável que o governo autorize o retorno aos 25% originais, como vigorou até março deste ano. Mas poderá optar por uma solução intermediária, ou seja, entre 20% e 25%, dependendo do volume do combustível disponível nas usinas.

O ministro da Agricultura disse que os estudos sobre a mudança na mistura ainda estão em andamento. Segundo afirmou, os dados disponíveis ainda são insuficientes para uma tomada de posição. “É uma decisão de grande responsabilidade e é preciso dispor de informações confiáveis para que possa ser tomada”, afirmou o Guedes Pinto.

Caso o governo opte por elevar a participação do etanol na gasolina distribuída no país, produzir álcool passará a ser bem mais atraente do que produzir açúcar, acredita Barabach. O resultado financeiro proporcionado pelo álcool já é maior que o açúcar destinado ao mercado externo. Isso ocorre por causa do desarranjo ocorrido nos preços internacionais. O desequilíbrio pode ser medido pela expansão da demanda por açúcar no mercado interno. Certas de que os preços estão subestimados, as indústrias de doces e bebidas brasileiras saíram às compras. Deverão formar seus estoques para atender às necessidades até o início da próxima safra, a partir de abril, afirma o analista.

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