Mercado

Cosan estuda simplificar estrutura

O grupo Cosan deverá conduzir, ainda sem uma data definida, o processo de “deslistagem” da Cosan Ltd, em Nova York. O desenho de uma estrutura simplificada está em andamento, afirmou Marcos Lutz, CEO da companhia. Segundo ele, esse processo não é uma operação feita por executivos, mas pelos acionistas do grupo. “Existe vontade e iniciativa de se buscar a melhor maneira de como [a deslistagem] deverá ser feita, de maneira estruturada”, afirmou. “Já há conversas entre os acionistas”, disse.

Esta operação é de total interesse do mercado. Analistas estão na expectativa de como ela será conduzida. Em 2007, o controlador do grupo, Rubens Ometto Silveira Mello, abriu o capital da holding na bolsa americana e ofereceu a possibilidade de migração aos minoritários, mas criou para si uma ação ordinária diferenciada, com “superpoderes” nas decisões e passou a deter uma classe de papéis que lhe dá dez votos por ação.

O mercado também está atento às negociações entre a Cosan e ALL (América Latina Logística). Em fevereiro, a Cosan fez oferta para dois acionistas da companhia, de cerca de R$ 900 milhões, para entrar no bloco de controle da ALL. A aprovação dessa operação depende do aval de todos os acionistas, entre eles, fundos de pensão. Lutz informou que as conversações estão em andamento e prevê que a transação deverá ser concluída até o fim do ano. “Estamos otimistas.”

Com a compra de 60,1% da Comgás, que ainda depende do aval da Arsesp (agência reguladora de saneamento e energia do Estado de São Paulo), a Cosan também estuda alterar o calendário de divulgação de seus resultados. Como a produção de açúcar e álcool, negócio que deu origem ao grupo, é sazonal (com produção de abril a março) e passou a ter menor participação nos resultados da companhia – abrindo espaço para distribuição de combustíveis, infraestrutura e energia, a Cosan avalia alterar o calendário de balanço para ano civil (janeiro a dezembro). O prazo para isso ainda não foi definido.

Ontem, as ações da companhia encerraram a R$ 32,13, baixa de 1,5%. No ano, os papéis acumulam alta de 21,4%. A companhia divulgou, na quarta-feira, receita líquida de R$ 6,1 bilhões no primeiro trimestre da safra 2012/13, com alta de 18%. No mesmo período, reportou prejuízo líquido de R$ 17 milhões, ante lucro líquido ajustado de R$ 167,5 milhões no mesmo período da safra passada.

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