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Cosan assina contrato para compra da Vale do Rosário

Reuters/Brasil Online

SÃO PAULO (Reuters) – A Cosan, maior produtora de açúcar e álcool do Brasil, divulgou nesta quarta-feira que assinou um contrato para a compra do controle da Vale do Rosário, uma das maiores usinas sucroalcooleiras do Brasil.

Uma condição para que o negócio seja efetivado é a “adesão de acionistas da Vale do Rosário que representem no mínimo 50 por cento mais uma ação do capital’, informou a Cosan em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo uma fonte ligada à Vale do Rosário, um grupo de acionistas que detém 50 por cento do capital da empresa já aceitou a proposta da Cosan, mas o estatuto da Vale dá direito de preferência aos demais acionistas a adquirir o capital restante, em bloco, desde que nas mesmas condições oferecidas pela Cosan.

O negócio, avaliado pelo mercado como superior a 600 milhões de reais, envolve também a participação da Vale do Rosário em outras usinas e terminais de exportação, assim como na Crystalsev, uma das maiores empresas de comercialização de açúcar e álcool do país, segundo a fonte.

Fundada por fazendeiros em 1964, a Vale é considerada uma das usinas mais eficientes do país e uma das maiores, com moagem em torno dos 5 milhões de toneladas de cana por ano.

“A Vale é uma empresa muito eficiente. Vai ser um salto muito importante para a Cosan, que deve se tornar disparado o maior produtor mundial de açúcar e álcool’, disse o analista Júlio Maria Borges, da Job Economia.

“Isso é importante em termos de economia de escala. (Mas) o modelo de gestão passa a ser um grande desafio para o próprio grupo (Cosan)’, acrescentou.

Entre as usinas com participação da Vale estão a Jardest, de Jardinópolis (SP), e a Usina MB, de Morro Agudo (SP).

Diretores da Vale haviam falado no ano passado sobre a disposição da empresa de abrir seu capital como maneira de alavancar recursos para seu crescimento.

A Cosan é um dos maiores produtores de açúcar e álcool do mundo, com capacidade de moagem de cana próxima a 40 milhões de toneladas por ano, ou cerca de 10 por cento do mercado brasileiro.

Nenhum diretor da Vale ou da Cosan estavam disponíveis para comentar a operação.

(Por Inaê Riveras)

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/01/31/287636160.asp

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