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Concluída a compra das ações da Vale

A direção da Cia. Açucareira da Vale do Rosário, de Morro Agudo (SP), representada pelos acionistas Luiz Biagi e Cícero Junqueira Franco, concluiu na tarde de ontem o exercício de preferência sobre 50,2% das ações da companhia. Esse grupo de mais de 50% tinha sido alvo de uma oferta de compra do grupo Cosan, no fim de janeiro e os sócios com direito de preferência tinham 30 dias para exercê-lo.

O pagamento aos acionistas foi garantido por um financiamento de R$ 1,35 bilhão do Banco Bradesco de Investimento (BBI), em envolveu uma operação complexa. Na manhã de ontem, cerca de 50 dos 130 acionistas da Vale do Rosário – muitos deles vindos de Ribeirão Preto, no interior paulista -passaram a manhã no escritório de advocacia Pinheiro Neto. Os cheques administrativos apenas foram entregues depois de garantida a aquisição de mais de 50% dos acionistas da companhia. E isso só foi obtido depois que uma garota, com uma participação significativa, chegou da escola. “Com um cheque daqueles, eu certamente não teria ido à aula”, comentou um dos envolvidos na operação.

Luiz Biagi e Cícero Junqueira detinham, juntos, 18% da Vale do Rosário. Agora, somaram mais 50% das ações da empresa. E, nos próximos 30 dias, estenderão a oferta de aquisição das ações aos investidores que detêm os outros 32% da companhia, segundo Fernando Meira, sócio do escritório Pinheiro Neto. Em seguida, será concretizada a fusão da Vale do Rosário com a Santa Elisa e as usinas associadas aos dois grupos.

O processo não pára por aí. O Bradesco condicionou o financiamento à realização de uma abertura de capital da nova empresa que surgirá da fusão. Segundo o Valor apurou, a emissão de ações em bolsa deve ocorrer entre o terceiro e o quarto trimestre deste ano. Mas a expectativa é de que alguns fundos de investimento em participações, em especial os administrados pelo ex-ministro Antônio Kandir (Governança e Gestão) e pelo ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga (Gávea), adquiram ações da empresa antes da abertura de capital. Ambos já haviam revelado interesse na Vale do Rosário, mas não tiveram tempo hábil de analisar a operação. A oferta da Cosan dava apenas 30 dias para os acionistas interessados exercerem seu direito de preferência

Na operação, o escritório de advocacia Wald & Associados assessorou o acionista Cícero Junqueira, e o Pinheiro Neto representou Luiz Biagi e a Santa Elisa.

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