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Companhia Albertina tem sua recuperação aprovada

Foi aprovado ontem o plano de recuperação da Companhia Albertina, de Sertãozinho, no interior de São Paulo, que havia entrado com pedido de recuperação judicial em novembro do ano passado. O acerto com os credores e os trabalhadores da empresa sucroalcooleira prevê o retorno das atividades da usina, a recuperação dos estoques bloqueados e a liberação de garantias de cana para a safra atual. A Albertina tem uma dívida de US$ 100 milhões.

De acordo com Marcelo Milliet, apontado como gestor interino, a empresa passará por uma fase de transação operacional de 24 meses, período no qual deverá encontrar duas alternativas de solução definitiva: a opção de compra de ações aos maiores credores – no caso, a trade Multigrain, o fundo de investimento Callao e o banco alemão HSH – ou leilão de uma unidade produtiva que seria criada para quitar parte do passivo da companhia a partir de seus ativos industriais.

“Os credores entenderam que [para receber] teriam de manter a usina ativa”, diz Milliet.

A prioridade nestes próximos dois anos, diz o executivo, será quitar o passivo trabalhista de R$ 1,4 milhão, referente a ações que já estavam em curso antes da interrupção das operações da usina; o pagamento aos fornecedores de cana, de R$ 10 milhões; e o pagamento de uma parcela de R$ 20 mil para todos os pequenos credores. “Dessa forma, 90% estaria liquidado”, afirma Milliet.

Fabiano Colussi, diretor da Albertina, afirma que o retorno das atividades ocorrerá assim que o acordo atingido ontem for homologado pela Justiça. A empresa estima que a moagem da cana será retomada no fim de junho.

A negociação entre empresa, credores e funcionários durou um ano. A queda dos preços internacionais do açúcar, a valorização do dólar e a escassez de crédito, agravada pela crise financeira, complicaram a situação financeira da empresa.

Em novembro passado, a Albertina entrou com pedido de recuperação judicial e, em seguida, teve seu estoque de 400 mil sacas de açúcar bloqueados – o equivalente a R$ 16 milhões, segundo a empresa. Desde então, a usina de Sertãozinho está inoperante.

“Perdemos o início da safra de cana 2009/10, que começou em abril”, afirma Milliet. Com a liberação dos estoques por parte dos credores, a Albertina espera financiar a safra atual. A usina emprega 850 funcionários, número que dobra no período de safra.

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