Mercado

Combustíveis no Paraná apresentam queda de até 12% em um ano

Neste começo de ano os consumidores paranaenses estão pagando até 12% menos para abastecer o carro com gasolina, álcool ou diesel em relação ao primeiro mês de 2003. O único preço que ficou maior foi o do Gás Natural Veicular (GNV).

De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o gás veicular, que pretende ser competidor direto da gasolina, passou de R$ 1,095 em 2003 para R$ 1,197, uma alta de 9,31%. O gás está até mais caro que o álcool. O preço da gasolina comum baixou 6,85%, passando de R$ 2,159 em janeiro de 2003 para R$ 2,101 no mesmo mês deste ano. A queda foi ainda maior no álcool: de 11,9%. Hoje o litro custa em média R$ 1,145, segundo dados da ANP.

De acordo com Maurício Rejaile, presidente da Brasilcom (distribuidoras regionais de combustíveis), o preço do álcool diminuiu principalmente porque no ano passado houve um risco de desabastecimento do produto, pouco antes do início da safra.

Com a oferta menor, o preço subiu. “Este ano há estoques reguladores suficientes até o início da safra em abril, o que deixou os preços do álcool mais controlados no mercado interno”, afirma ele.

Já o preço do GNV, que hoje é ofertado em 12 postos em Curitiba, assusta os consumidores. Apesar de estar 9,31% mais alto, a Compagás, companhia que distribui o gás natural no Paraná, não vê dificuldades na competitividade do gás com outros combustíveis.

De acordo com o gerente Comercial da Compagás, o engenheiro Justino Santos de Pinho, apesar do preço do gás estar mais elevado em relação ao álcool, ainda existem vantagens para o uso do GNV. “O gás rende 50% mais em relação ao álcool”, afirma. Além disso, conta ele, o gás natural veio para ser o principal concorrente da gasolina e não do álcool.

Já com relação à gasolina, o gerente explica que a economia ainda é de 60%. “O GNV é mais barato e ainda tem rendimento de queima melhor”, afirma. Segundo Pinho, o último reajuste do gás foi em abril do ano passado.

O preço é reajustado quando há grandes variações do petróleo e do dólar. “Por enquanto há estabilidade”, diz. A gasolina poderia estar mais barata se há duas semanas os postos e distribuidoras não tivessem retirado os descontos e aumentado os preços.

Porém, os consumidores já podem perceber uma leve redução – mesmo sendo em muitos casos de poucos centavos – na última semana. O litro da gasolina comum, que chegou a custar R$ 2,09 no Paraná em janeiro, hoje já pode ser encontrado ao preço mínimo de R$ 1,97, em Curitiba.

Em uma pesquisa realizada pela reportagem em 20 postos de bairros diferentes da capital no dia 5 de fevereiro, o preço máximo da gasolina comum encontrado ainda foi de R$ 2,089. Em Maringá, em 12 postos visitados, o preço da gasolina comum é de R$ 2,074; do álcool, R$1,239, e do diesel, R$ 1,348. Em Foz do Iguaçu, o preço médio da gasolina comum é um pouco menor, de R$ 2,036.

O álcool fica em R$ 1,168 e o diesel custa R$ 1,464. Em Ponta Grossa, a última pesquisa realizada pelo Procon apontou que a gasolina tem uma variação de preços de R$ 1,860 a R$ 2,019. O preço do álcool também varia de R$ 0,990 a R$ 1,199.

Com a retirada dos descontos os postos de Curitiba equilibraram suas margens de ganho, de acordo com o presidente da Brasilcom, Maurício Rejaile. Segundo ele, o custo da gasolina para os postos varia de R$ 1,75 a R$ 1,80, o que pode permitir um ganho por litro entre R$ 0,15 e R$ 0,22. “Não está exagerado, mas ainda não é o valor considerado ideal para a boa manutenção do negócio”, diz.

Segundo ele, as distribuidoras também estão com as margens em um patamar “razoável”, entre R$ 0,04 e R$ 0,08 por litro.

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