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Cientista defende transgênicos em reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

O geneticista e professor da Universidade Federal de Uberlândia (Ufu), Warwick Kerr defendeu a pesquisa de organismos geneticamente modificados na conferência sobre organismos transgênicos que fez parte da programação da 3ª Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

“Nós temos alguns dos grupos de pesquisa em genética mais importantes do mundo. Não é possível continuarmos sem transgênicos”, disse ele. No entanto, o cientista, que já presidiu a SBPC, não se pronunciou sobre a nova lei de biossegurança, aprovada à semana passada na Câmara dos Deputados. Ele alegou que ainda não leu o documento.

Kerr espera que a nova lei possa liberar, por exemplo, as 212 plantas transgênicas desenvolvidas pela Embrapa (102 só de soja, muitas delas adaptadas para diferentes partes do país). Ou então os transgênicos de banana, “que serviriam para salvar a própria bananicultura, que, se nós desprezarmos agora, pode até ser extinta, o que seria trágico”, frisou.

Entre as vantagens apontadas nos OGM s ele considera principalmente o aumento da produção agropecuária, a diminuição de agrotóxicos, a produção de hormônios e medicamentos, a resistência a pragas e a imensa variabilidade genética a disposição dos pesquisadores. Mas Kerr faz algumas ressalvas. “Queria que os transgênicos não fossem usados só contra pragas, mas também para acrescentar vitaminas aos alimentos”.

Sobre os riscos do uso desses organismos, ele foi taxativo: “Não há experimentos sem riscos”. Citou um caso em que, numa pesquisa em que se tentava aumentar os nutrientes da macaxeira, a conseqüência acabou por ser o aumento da quantidade do veneno já naturalmente presente nesse alimento. “Houve uma falha, e nós eliminamos esse projeto”. Para ele, tem de haver, sim, grandes cuidados com os transgênicos, “só não é necessário ter cuidados que nunca tivemos antes com outras coisas”.

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