Mercado

Chuva faz preço do etanol disparar na usina e nos postos

Uma reversão no cenário de preços do etanol fez a cotação do álcool hidratado disparar 20,7% (posto em Ribeirão Preto) no último mês e alerta o mercado para uma entressafra com um quadro de abastecimento bastante ajustado. Na última semana, entre 21 e 25 de setembro, o Indicador Cepea/Esalq do combustível (em São Paulo) foi de R$ 0,85 o litro (sem impostos), alta de 7,96% sobre o índice anterior, atingindo o maior valor nominal desde a primeira semana de maio de 2007.

Nesta semana, o repasse da alta das usinas para as distribuidoras já refletiu no bolso do consumidor final. O preço do álcool na bomba subiu aproximadamente 7% nos últimos cinco dias no Estado de São Paulo.

“A chuva, certamente é um dos fatores principais já que reduz a oferta, mas também há uma percepção entre as usinas de que o mercado no médio prazo terá um suporte maior de preço já que ficará mais enxuto na entressafra no Brasil”, ! afirmou Miguel Biegai, analista da Safras & Mercado.

Segundo Biegai, o preço do etanol já ultrapassou a linha de custo e a tendência é de alta até o período de entressafra, durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Nessa época, de acordo com o analista, a oferta de etanol será bastante restrita e quem deixou para comprar o produto no mercado spot irá encontrar dificuldade para adquiri-lo. “As regiões produtoras devem sentir a escassez por último, mas estados fora do eixo, que compram semanalmente, podem chegar em janeiro tendo dificuldade para achar etanol. O importador principalmente”, avaliou. Segundo o analista, a tendência das usinas é a de atender o mercado interno prioritariamente.

Biegai também destacou que apesar do cenário de preços firmes, as usinas, especialmente aquelas que produzem apenas o álcool, não devem fechar o ano com balanço positivo. “As usinas passaram seis meses vendendo abaixo do custo de produção, tomando prejuízo a cada litro. Mesmo ! que a cotação de dezembro a fevereiro fique em patamares altos não sei se vai compensar os preços ruins que foram vistos de março até agosto”, disse ele, alertando ainda que nesses meses os volumes vendidos deverão ser bem menores.

Por enquanto o ritmo da comercialização continua forte. De acordo com Lilian Maluf de Lima, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os compradores entraram forte no início da semana. Apesar das distribuidoras terem formado algum estoque a tendência de alta deve continuar. “Se voltar a chover o estoque é desovado rapidamente e com preços altos”, disse Lima. A pesquisadora reforça que as chuvas estão impactando diretamente os preços. “Foram 11 dias sem colher em setembro. Isso afeta os preços”, afirma.

Se o mercado de etanol vai bem o de açúcar vai ainda melhor com as cotações do cristal se mantendo em patamares altos. Segundo pesquisas do Cepea, entre 23 e 30 de setembro, o Indicador teve alta de 1,13%, e o! ntem fechou a R$ 57,04 a saca. Na última quarta-feira o preço chegou a R$ 57,18 a saca. Em termos nominais (sem descontar a inflação), foi o maior patamar de preços desde a série histórica do Cepea iniciada em 1997. De modo geral, o impulso continua vindo dos elevados preços no mercado internacional, por conta do déficit da commodity, e do clima desfavorável à colheita no Brasil neste ano.

Amyris

A Amyris Biotechnologies – que detém a tecnologia de produzir diesel a partir da cana-de-açúcar -, anunciou ontem a finalização do processo de captação de recursos de R$ 75 milhões. O objetivo é produzir diesel a partir de cana em escala industrial até 2011. Além dos atuais acionistas, a empresa, que possui uma planta na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo, recebeu aporte de novos investidores, entre eles o Grupo Cornélio Brennand, com sede na cidade de Recife, em Pernambuco.

“Agora a meta imediata é estabelecer operação em escala industrial no Brasil”, afirmo! u John Melo, chefe executivo da Amyris.

Francisco Andrade, diretor de novos negócios do Grupo Cornélio Brennand afirmou que o investimento tem sinergia com o perfil empreendedor da holding, sempre atenta às oportunidades diferenciadas do mercado.

Uma reversão do cenário de preços do etanol fez a cotação do álcool hidratado disparar 20,7% (posto, em Ribeirão Preto) no último mês e põe o mercado em alerta para uma entressafra com um quadro de abastecimento bastante ajustado. Na última semana, o Indicador Cepea/Esalq do combustível (em São Paulo) foi de R$ 0,85 o litro (sem impostos), alta de 7,96% sobre o índice anterior, o maior valor nominal desde a primeira semana de maio de 2007. Esta semana, o repasse da alta das usinas às distribuidoras já se refletiu no bolso do consumidor final. O preço do álcool na bomba subiu 7% nos últimos 5 dias, no Estado de São Paulo.

“A chuva é um dos fatores principais, porque reduz a oferta”, diz Miguel Biegai, analista da Safras! & Mercado.

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