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Carrocerias da Randon...

Argel, peças o custo com o frete cai pela metade”, diz ele. Já no início da operação com a Neobus, entre abril e maio de 2006, serão montadas cinco unidades por dia, de microônibus e veículos para transporte urbano, uma importante demanda da Argélia.

A parceria consiste basicamente em a Neobus fornecer os componentes dos ônibus que serão apenas montados pela Cevipal. A tecnologia também é inteiramente fornecida pela Neobus, que investirá US$ 6 milhões nos primeiros cinco anos da parceria, que começou a ser idealizada no ano passado. O investimento da Cevipal não foi divulgado.

O gerente de exportações da Neobus, Itacir Orsso, conta que depois que a Argélia se tornou um importante mercado para os ônibus da empresa, a idéia de montar o produto final no mercado de destino começou a tomar forma dentro da companhia. Desde novembro de 2004 a empresa monta ônibus no México e em breve uma linha de montagem, também no sistema CKD, será instalada no Marrocos. Em estudo está a possibilidade de projetos no mesmo molde serem colocados em prática na Venezuela, Equador e Jordânia. O objetivo de parcerias como essa, segundo Orsso, é tentar reduzir os custos, como o do imposto de importação para ônibus acabados, que na Argélia é de 24%. Hoje a Neobus fabrica no Brasil 16 unidades diárias, sendo duas em CKD. Do total, 30% da produção segue para o mercado externo. Deve faturar R$ 180 milhões neste ano, exporta para mais de uma dezena de países.

O anúncio da parceria foi feito durante a visita do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, às instalações da Cevipal em Argel. No primeiro ano de operação a expectativa é montar 1.600 carrocerias na Argélia. Diferentemente da associação entre Cevipal e Neobus, a Randon não fez aporte financeiro, fornecendo, além dos componentes adquiridos pela parceira argelina, a tecnologia para a montagem do produto final.

O objetivo da missão, a segunda desde o início do governo Lula, vai muito além das visitas ao empreendimentos brasileiros na Argélia. Embora as exportações brasileiras para a Argélia tenham saltado de US$ 44 milhões em 2001 para US$ 348 milhões no ano passado, elas pendem bem mais para o lado argelino, que vende para o Brasil mais de US$ 1 bilhão/ano desde 2000. A razão principal é o petróleo, já que 98% das compras que o Brasil faz do país são de petróleo e nafta petroquímica.

O setor de energia é uma das prioridades da missão. O ministro Rondeau disse que é meta intensificar as relações comerciais nas áreas de mineração, energia e petróleo. A Argélia tem investimentos previstos de US$ 12 bilhões em infra-estrutura nos próximos cinco anos e o Brasil pode ter uma importante participação no fornecimento de serviços de consultoria na área de energia, utilizando a experiência adquirida no setor. Transferir a tecnologia para produção de etanol também será assunto na Argélia, já que o governo brasileiro tem feito um esforço grande para aumentar o número de países que utilizam o etanol como combustível.

Um exemplo do tipo de investimento que os dois governos querem é o da Construtora Andrade Gutierrez. A empresa participará de concorrência para a construção de duas barragens na Argélia, no valor total de US$ 110 milhões. Segundo o diretor de relações internacionais da empresa, Flávio Machado, esta será a segunda vez que a construtora participará de uma concorrência no país.

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