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Carro elétrico é um choque para o bolso

O conceito é irretocável. Zero de emissões atmosféricas, silêncio quase absoluto, autonomia de 100 quilômetros com apenas R$ 5,00 e ainda pode ser abastecido em casa, numa tomada comum. A ideia do carro elétrico, tendo como base as características citadas, é incontestável. No entanto, pesa sobre ele o preço alto, a baixa potência e a pouca autonomia da bateria.

Carros elétricos são usados no mundo há muitos anos. Há versões comerciais nos Estados Unidos, União Europeia e Ásia. O Brasil também desenvolve um modelo, que deve ser lançado ao mercado em 2011. Mesmo assim, é cedo para afirmar que isso pode significar um golpe certeiro nos combustíveis tradicionais, como o diesel e a gasolina, além do primo limpo etanol.

Caso fosse vendido hoje, o modelo elétrico verde e amarelo, desenvolvido pela Fiat, custaria aproximadamente R$ 150 mil, valor equivalente a um carro de luxo importado e três vezes mais caro do que um veículo flex com as mesmas características físicas. Os impostos são os vilões. Peças importadas correspondem a 70% do custo final do carro. Parte dos componentes vem da Suíça.

O motor e a bateria são fabricados pela empresa suíça MES-DEA. A WEG, empresa de Santa Catarina que fornece motores e componentes elétricos também para a indústria sucroenergética, estuda, em fase embrionária, o desenvolvimento um motor para veículos. No entanto, não deu mais detalhes sobre os estudos. Enquanto isso, importar é a única alternativa.

Considerando que nos próximos dois anos as alíquotas caiam, na hipotética condição de menor importação de peças ou mesmo de incentivos do governo para redução de impostos, mesmo assim o carro elétrico precisaria mostrar mais serviço. O modelo da Fiat, por exemplo, por enquanto conta com um motor de 38 cavalos.

Para comparação, um Fiat Uno conta hoje com 66,0 CV no etanol.

Outro nó a ser desatado é a autonomia do “tanque”, que dá lugar a uma bateria de 165 quilos que permite rodar 120 quilômetros. A velocidade máxima atinge modestos 100 km/h, ou seja, nem pense em ultrapassagens arrojadas.

Há dezenas de modelos sendo lançados pelo mundo. Alguns deles 100% elétricos. Outros combinam eletricidade e gasolina. Pequenos, médios, grandes. Invariavelmente, hoje, é coisa para amantes do meio ambiente, mais abastados.

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