Mercado

Carro bicombustível ‘ameaça’ elevar preço do álcool para o consumidor

O volume de vendas dos carros que podem rodar tanto com álcool quanto com gasolina cresce em relação ao dos automóveis que só funcionam com gasolina, conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea).

Mas esse crescimento poderá influenciar, nos próximos meses, o preço de venda do álcool, que tende a ficar mais alto. O alerta é do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Resan), José Camargo Hernandes.

O sindicalista explica que, se há aumento na venda de carros bicombustível, conseqüentemente aumenta também o consumo de álcool no mercado. “Se o consumo aumenta, vai chegar uma hora em que os usineiros não terão álcool para vender e, para não ficar no prejuízo, aumentam o preço no mercado”.

De acordo com o presidente do sindicato, o aumento no preço do álcool deve ser sentida aos poucos no bolso do consumidor. “Não se pode colocar a culpa apenas no (carro) bicombustível. Trata-se de um conjunto de fatores que influenciam a economia”.

Pesquisa da Anfavea aponta que, de janeiro a junho deste ano, a fatia desses modelos no mercado brasileiro chegou a 39,5%, ante 56,6% dos veículos com motor a gasolina. Apenas no primeiro semestre, foram vendidos 302.400 carros bicombustível, o que representa 39,5% do mercado total.

Há um ano, as vendas dos carros com o chamado motor bicombustível somavam 21,6% do mercado brasileiro. Mas, o lançamento de versões mais simples, com motor 1.0 e a possibilidade de escolha durante o uso ajudaram a elevar a participação.

Para se ter idéia, o litro do álcool na Baixada Santista é vendido, em média, por R$ 1,130, e o litro da gasolina pode custar para o consumidor até R$ 2,159.

De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), os preços do litro da gasolina e do álcool nos postos de combustíveis interromperam a trajetória de queda e voltaram a subir neste mês em todo o País. Na segunda semana de julho, o preço do álcool subiu 2,24% em relação à primeira, passando a custar, em média, R$ 1,231 por litro em todo o País.

No mesmo período, com a alta de 0,22% no preço do litro da gasolina, esta passou a ser vendida por R$ 2,228 médios nos postos do território nacional.

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