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Carlos Lyra é otimista por herança e desempenho empresarial

O empresário Carlos Lyra é considerado um otimista incontrolável quando o assunto é o setor sucroalcooleiro, uma virtude confirmada em sua longa trajetória empreendedora na qual nunca se comportou de modo diferente. Para quem o acompanha há décadas, seu desempenho empresarial associa a postura no comando dos negócios com a herança de dedicação iniciada pelo avô, o coronel Carlos Benigno Pereira de Lyra, que chegou em Alagoas no ano de 1892 e logo fundou a Usina Serra Grande, tornando-se três décadas mais tarde num dos mais importantes produtores de açúcar e álcool do Brasil.

Atualmente, o empresário enfatiza que “vejo com indisfarçável otimismo as perspectivas que se abrem para a produção brasileira de álcool, uma vez que temos um potencial enorme para produção de energia renovável e limpa, além de ser o Brasil detentor de tecnologias de ponta como fabricante de equipamentos para o setor e ser o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e seus derivados”.

Ele está entre aqueles que têm histórico que avaliza qualquer análise sobre o setor. Em 1965 determinou sua inserção na agroindústria canavieira ao adquirir o controle acionário da Usina Caeté, em São Miguel dos Campos (Alagoas), com apenas 5.386 toneladas de cana-de-açúcar.

Hoje, esse número saltou para 9 milhões de toneladas, suprindo cinco unidades industriais sucroalcooleiras que comanda: 3 em Alagoas e 2 no Triângulo Mineiro (MG), gerando uma produção total de 18 milhões de sacas de açúcar e 170 milhões de litros de álcool. “Concomitantemente, estamos ampliando a área da produção de cana-de-açúcar e uma nova aquisição no setor”, revela o empresário.

Ele avalia a expansão do setor alegando que “as duas maiores potenciais do mundo asiático (China e o Japão), serão os maiores importadores da biomassa energética e, para tanto, o governo do Japão já regulamentou por lei à adição de 3% de álcool à gasolina, o que representa 1,8 bilhões de litros de álcool para consumo em curto espaço de tempo, devendo chegar a 10% de adição, o que representaria um aumento de consumo de 6 bilhões de litros de álcool, isto é, igual a 50% da produção brasileira de álcool”.

Para ele, em tais circunstâncias, “estamos convencidos de que somente o Brasil, com 90 milhões de hectares de terras agriculturáveis, terá condições de assumir parte considerável dessa demanda e ser considerado emirado no abastecimento da biomassa limpa e renovável no contexto mundial”. O empresário Carlos Lyra acrescenta que “será a melhor e maior contribuição que o Brasil oferecerá ao mundo na luta contra a poluição e emissões de gases de efeito estufa, de gravíssimas conseqüências para a humanidade, e para corroborar com o nosso otimismo, pedimos que leiam o artigo “The end of the Oil Age”, publicado na revista The Economist, edição de 25 a 31.10.03”.

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