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Cargill acerta compra de usina de açúcar e álcool na região de Ribeirão

A Cargill deverá anunciar nos próximos dias a sua entrada no setor de produção de açúcar e álcool no Brasil, com a aquisição de ao menos uma usina na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Para se preparar para atender a demanda, a empresa já anunciou, através de memorando interno, a abertura de duas vagas para gerente de manutenção em usina de álcool na região de Ribeirão Preto. Atualmente, a Cargill não possui nenhuma atividade na cidade.

Com o negócio, a Cargill finca o pé no segmento sucroalcooleiro, conforme adiantou o DCI na edição do último dia 30 de maio. Assim, a Cargill fortalece sua atuação como trader mundial de açúcar e álcool. A Cargill investe hoje no fornecimento de etanol para os Estados Unidos via Caribe. Para 2006, a expectativa é embarcar, pelo menos, 600 milhões de litros do combustível.

A operação da Cargill no Caribe conta com uma planta de desidratação de álcool em parceria com o grupo brasileiro Crystalsev , uma sociedade de nove usinas do interior de São Paulo voltada à comercialização da produção das unidades. Segundo uma fonte do mercado sucroalcooleiro, a Cargill tem hoje até dez negócios em mãos, próximos de serem viabilizados, na maioria na região de Ribeirão Preto, onde se concentram as associadas da Crystalsev.

Ontem corria no mercado a informação de que a primeira aquisição da companhia norte-americana no setor sucroalcooleiro seria a Usina de Açúcar e Álcool MB Ltda. , de Morro Agudo (SP). No entanto, o sócio Maurílio Biagi Filho negou a informação. “A MB é uma das usinas que não foi procurada pela Cargill”, afirmou o usineiro. Biagi é sócio também da Usina Moema , de Orindiúva (SP), que por sua vez é dona de parte da Usina Vertente Ltda. , no município de Guaraci (SP). As três empresas são sócias na Crystalsev.

Biagi afirma que é amigo do diretor estrangeiro que a Cargill transferiu para Ribeirão Preto há dois anos para cuidar das negociações da empresa com grupos sucroalcooleiros locais. O usineiro garantiu que a Cargill ainda não fechou a compra de nenhuma usina no Brasil, mas o longo período de negociações é mais um indicativo de que a norte-americana pode estar próxima de anunciar a compra de mais de uma unidade produtiva.

No ano passado, a Cargill associou-se a duas empresas para adquirir o controle acionário da Açucareira Corona para concretizar seu primeiro investimento na produção de açúcar e álcool no Brasil. Mas a negociação fracassou e a Corona acabou sendo vendida ao Grupo Cosan , o maior do setor no País.

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