Mercado

Cana, um novo mercado para a AGCO

De olho na escalada do preço do açúcar, a AGCO está desenvolvendo um novo produto, que deverá ser lançado no Brasil somente depois de 2011. Trata-se de uma colhedora de cana, equipamento cujas líderes de vendas no país são, atualmente, a Case New Holland e a John Deere. “Esperamos conquistar entre 20% e 25% deste nicho”, diz André Carioba, vice-presidente sênior da AGCO América do Sul. Segundo ele, o aumento da demanda por açúcar tem estimulado os produtores a investir na cultura – com maior vulto, inclusive, do que na produção de etanol. Ainda assim, a multinacional espera que o álcool ganhe novo vigor. Martin Richenhagen, CEO da AGCO, destaca que, em 2008, metade do combustível consumido no Brasil teve a cana de açúcar como matéria prima.

Com a colhedora de cana, que vai fazer parte da linha de produtos fabricados e comercializados pela Valtra, o grupo norte-americano (que também fabrica a família Massey Ferguson) pretende ocupar a terceira posição no segmento – formado por aproximadamente 400 proprietários de usinas de cana de açúcar.

No ano passado, o grupo destinou cerca de R$ 120 milhões para desenvolvimento de produtos e tecnologias em suas unidades brasileiras, que ficam em Mogi das Cruzes (SP) – onde está localizada a Valtra -, Canoas, Santa Rosa e Ibirubá (RS), cidades que abrigam fábricas da Massey Ferguson. “Vamos produzir as colhedoras em São Paulo porque é o Estado que ainda concentra a maior parte dos produtores e fornecedores. No momento, não faria sentido nem tributariamente passar esta produção para o sul”, explica Carioba.

Juntamente com o anúncio da nova máquina, feito em São Paulo nesta quarta-feira, a diretoria da multinacional lançou a AGCO Rental, programa de aluguel de equipamentos agrícolas direcionado para quem não têm condições financeiras de comprar maquinário. “Com esse programa, o produtor reduz investimentos e não perde o acesso a produtos de alta tecnologia”, explica Carioba. O projeto piloto já começou a operar em sete concessionárias e, até o final deste ano, deverá estar disponível em todo o Brasil. O executivo destaca, ainda, que a intenção é estender este modelo de negócio para outros países da América do Sul. “A expectativa é de que, nos próximos dois ou três anos, a AGCO Rental represente entre 10% e 15% do faturamento da empresa”, projeta Carioba. (Grasiela Duarte)

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