Mercado

Bush faz defesa de etanol e futuros do milho sobem em Chicago

Comentários positivos do presidente dos EUA, George Bush, sobre o etanol (álcool carburante) deram um impulso extra aos contratos futuros de milho negociados na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira.

“O etanol ajuda nossos agricultores a encontrar novos mercados para seus produtos e ajudam o país a substituir o petróleo importado”, disse Bush em discurso durante uma conferência sobre eficiência energética.

Os comentários do presidente norte-americano foram feitos no momento em que o Senado dos EUA analisa uma nova legislação do setor de energia, que poderá estimular várias fontes alternativas de energia e definir o aumento do uso de etanol para 8 bilhões de litros anuais até 2012, o dobro do volume atual.

Os futuros de milho em Chicago subiram quase 3 por cento durante a sessão desta quarta-feira depois dos comentários de Bush, já que os EUA fazem o álcool carburante a partir do processamento do cereal, diferentemente do Brasil, que produz etanol a partir da cana-de-açúcar.

Bush afirmou que com o etanol, e por consequência o milho, ganhando importância no cenário de oferta de combustível no país, um dia os presidentes precisarão olhar com mais atenção os números com estimativas de safras de grãos.

“Eu gosto da idéia de investir recursos para fazer o etanol mais viável, até que um dia um presidente tenha que dizer: me mostre o relatório da safra”, afirmou Bush.

“Temos que ser agressivos no esforço de encontrar fontes alternativas de combustíveis, e uma delas é o etanol”.

A nova lei energética dos EUA já foi aprovada na Câmara dos Deputados, que estipulou, no entanto, um objetivo de 5 bilhões de litros de uso de etanol por ano.

Se o Senado aprovar seu texto com o indicativo de uso de 8 bilhões de litros, as duas Casas terão que se reunir para chegar a um acordo sobre os pontos diferentes nos dois textos.

Para efeito de comparação, o Brasil produz cerca de 15 bilhões de litros de álcool por ano e o mercado doméstico consome cerca de 13 bilhões de litros, devido à mistura de 25 por cento de álcool na gasolina e também aos veículos com motores flexíveis, que podem rodar 100 por cento com álcool.

Bush não afirmou, no entanto, qual volume de utilização anual teria sua preferência.

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