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Brent barato tem impacto diferente nas petroleiras

SAO PAULO-SP 7.5.2008 – ECONOMIA – ALCOOL DISPARA – O preço do litro do álcool hidratado disparou de R$ 1,10 para entre R$ 1,30 e R$ 1,40 na maioria dos postos de combustíveis de Ribeirão Preto (SP), entre sexta-feira e a manhã de hoje. Em cinco dias, a alta acumulada em dois reajustes consecutivos variou […]
SAO PAULO-SP 7.5.2008 – ECONOMIA – ALCOOL DISPARA – O preço do litro do álcool hidratado disparou de R$ 1,10 para entre R$ 1,30 e R$ 1,40 na maioria dos postos de combustíveis de Ribeirão Preto (SP), entre sexta-feira e a manhã de hoje. Em cinco dias, a alta acumulada em dois reajustes consecutivos variou […]

Os efeitos da queda do preço do petróleo para patamares inferiores a US$ 30 tem efeitos diferentes, dependendo do porte das empresas, e são mais relevantes para produtoras menores. Um relatório do banco Itaú BBA observa que a queda afetará significativamente as petroleiras PetroRio e Geopark, enquanto a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) deve sofrer menos com a queda do petróleo no curto prazo porque produz mais gás, cujo preço é definido no Brasil em reais, e não com lastro no petróleo Brent.

Para a Petrobras, a maior empresa do Brasil, apesar de lembrarem a falta de clareza da política de preços, eles encontram um ponto positivo. A atual política da companhia faz com que apenas 40% das suas receitas estejam sujeitas à variação do petróleo. Os demais 60% não estão ligados diretamente ao preço do petróleo. Os analistas Diego Mendes e Pablo Castello Branco, que assinam o relatório, observam que os preços do diesel, gasolina, óleo combustível e outros produtos, incluindo etanol e nitrogenados são produzidos pela Petrobras e dizem que “não há uma fórmula clara” sobre como esses preços acompanham os do petróleo.

A expectativa dos analistas é que as receitas da estatal com a venda destes produtos fique relativamente estável já que, apesar de aumentos de preços para alguns deles, os volumes vendidos são menores.

Já para 40% das receitas atreladas ao Brent, decorrentes das vendas de nafta, querosene de aviação, e outros derivados de petróleo e gás natural, as exportações e vendas de subsidiárias internacionais, juntos, terão provavelmente um desempenho em linha com os preços do petróleo no mercado internacional.

No campo oposto está a PetroRio (antiga HRT), que produz óleo pesado nos campo de Polvo e Bijupirá e Salema, na bacia de Campos. Como seus campos já estão maduros, com grande parte do petróleo já retirado, os custos são relativamente altos.

“Esperamos que a companhia esteja próxima do ‘breakeven’ [ponto de equilíbrio] com os preços de petróleo a US$ 30/barril”, afirmam os analistas do banco.

Com relação à Geopark, companhia de capital canadense e com ativos no Brasil, o Itaú BBA também prevê que a companhia sofrerá com o petróleo abaixo de US$ 30 o barril, porém o impacto será menor do que o esperado para a PetroRio. Isso porque 27% da produção da empresa é de gás natural, cuja precificação é separada do petróleo.

A precificação diferenciada do gás natural também é o principal motivo para que a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) seja menos afetada pela queda do preço petróleo no curto prazo. “A geração de caixa de Manati [única área em produção da QGEP] não é afetada pela queda dos preços do petróleo, já que o preço do gás natural é definido em real”, afirmam os analistas no relatório.

No entanto, os analistas lembram que o campo de Atlanta, do qual a empresa possui 30% e cuja produção está prevista para começar em meados de 2016, provavelmente não vai gerar caixa, e o mercado estará “menos disposto” a atribuir valor a ele.

No caso da Petrobras, os custos com a importação de petróleo e derivados e impostos relacionados com a produção devem ser menores. O impacto da volatilidade do preço do petróleo na geração de caixa da Petrobras medida pelo Ebitda é limitado este ano. Isso porque a queda da receita deve ser compensada por menores custos. Vai depender da manutenção dos atuais níveis de preço para o diesel, gasolina, óleo combustível e GLP. E o efeito sobre a geração de caixa a partir de 2017 vai depender da política de preços da Petrobras para esses combustíveis, afirmam.

Os analistas consideram improvável uma redução de preços dos combustíveis em 2016 devido às necessidades financeiras da Petrobras. Mas afirmam que se os preços do petróleo ficarem baixos por um longo período, uma correção dos combustíveis, assim como seu significativo impacto na geração de caixa, não podem ser descartados.

Fonte: (Valor)

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