Mercado

Brasil quer prazo para Hong Kong 2

O Brasil quer um acordo sobre o ritmo dos cortes de tarifas e subsídios agrícolas até abril de 2006, o que seria fechado na conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) que ocorre em Hong Kong a partir da próxima semana. Mas sem um entendimento entre os países e diante da falta de ofertas mais ambiciosas por parte da Europa, ficou estabelecido que o restante das decisões ficará para o próximo ano, numa espécie de Hong Kong 2.

O Brasil pretende propor que esse novo prazo não ultrapasse abril. Temos de ter um cronograma de trabalho para o período pós-Hong Kong, afirmou o embaixador do País em Genebra, Clodoaldo Hugueney.

Os demais países ainda não indicaram se estão de acordo, embora Hugueney assegure que a data já foi aprovada pelo G-20, grupo de países emergentes.

Com o acordo sobre como ocorreriam os cortes de tarifas e de subsídios, a OMC então passará ao estágio final das negociações, que termina no final de 2006. Sem entrar num acordo sobre como devem ocorrer os cortes de tarifas para produtos agrícolas, a Europa quer concentrar os debates em Hong Kong nos produtos considerados sensíveis, entre eles o açúcar e as carnes.

Para a União Européia, cerca de 200 itens da pauta de importação precisam manter certas barreiras extras, o que é rejeitado pelo Brasil. O Itamaraty, diz Hugueney, não aceitará tratar de produtos agrícolas considerados sensíveis antes de saber como será a fórmula para os cortes de tarifas dos produtos.

Para o País, apenas um 1% das linhas tarifárias podem ser consideradas produtos sensíveis. Na prática, isso significa entre 18 e 20 produtos com tarifas mais elevadas.

Bruxelas, porém, se nega a negociar com base no consumo interno de cada produto e insiste que a base devem ser as atuais cotas que os países ricos estabelecem sobre os países emergentes. J.C.

Banner Revistas Mobile