Sairá hoje a definição do governo de Cristina Kirchner sobre a polêmica iniciativa da Secretaria do Comércio Interior de estabelecer barreiras comerciais a produtos industrializados não só do Brasil, mas também de países europeus. Por isso, é grande a expectativa de empresários exportadores e importadores brasileiros e argentinos.
No mês passado, o secretário Guilhermo Moreno reuniu-se com diretores de supermercados e determinou que a partir de hoje produtos enlatados com similares na Argentina sejam proibidos de entrar no país, iniciativa que teria o objetivo de proteger a indústria local. O problema é que a determinação do secretário não consta em qualquer documento de governo, tratando-se apenas de uma ordem verbal repassada a funcionários dos vários escalões da secretaria.
Mesmo sem uma definição oficial, a ordem de Moreno acabou provocando a interrupção do trânsito de caminhões que transportavam produtos industrializados brasileiros entre a cidade gaúcha de Uruguaiana e a argentina de Passo de los Libres. Os caminhões foram liberados três dias depois mas, a partir do incidente na fronteira, a provável entrada em vigor de barreiras comerciais começou a gerar pronunciamentos no alto escalão do governo argentino.
No dia 22 de maio, o ministro da Economia, Amado Boudou, afirmou que não existiam barreiras para a entrada de qualquer tipo de alimento no país. O anúncio de Boudou não foi suficiente para que a imprensa argentina esgotasse o assunto.