Mercado

Brasil e China firmam parcerias

Em 2004, Brasil e China consolidaram trinta anos de relações comerciais e culturais e iniciaram um inédito processo de intensificação de comércio e relações diplomáticas. No primeiro semestre, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou para a sexta maior economia do mundo acompanhado de ministros, governadores, parlamentares e cerca de 400 empresários, na maior missão internacional desde que foi eleito. A viagem foi retribuída em novembro pelo presidente chinês Hu Jintao, seguida de comitiva empresarial no início de dezembro. Inúmeros acordos governamentais foram assinados, apoios explícitos declarados e negócios fechados. “Estamos redesenhando o mapa mundial no que se refere ao fluxo de mercadorias e ao estabelecimento de novas rotas comerciais”, sentenciou o presidente Lula durante a visita de Jintao ao Brasil.

O discurso encontra suporte nos números da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. De janeiro a outubro deste ano o intercâmbio comercial entre Brasil e China cresceu 26,7%, totalizando US$ 7,723 bilhões (6% da corrente comercial brasileira), com saldo favorável de US$ 1,75 bi para Brasil e a previsão é encerrar 2004 com US$ 9 bilhões, contra US$ 6,68 bilhões registrados em 2003.

As exportações cresceram cerca de 20% de janeiro a outubro na comparação com o mesmo período do ano passado – as commodities continuaram liderando a pauta, engordada este ano com o setor automotivo segundo dados da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico. Já as importações de produtos chineses tiveram incremento de 41,27% graças ao aumento expressivo da compra de alguns produtos como produtos químicos, fertilizantes, carvão, componentes eletrônicos e material de telecomunicações. “As duas maiores empresas chinesas de telecomunicações montaram fábricas no Brasil e isto interferiu na estatística de importações”, explica o presidente da Câmara, Paul Liu.

Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, acredita que as visitas presidenciais impulsionaram os negócios uma vez que fizeram com que empresas de ambos os países voltassem o olhar aos mercados brasileiro e chinês. “Criaram uma maior visibilidade e atraíram uma grande atenção para o comércio bilateral e as parcerias entre os dois países”, diz. Tang destaca outro aspecto fundamental: “As visitas deram um cunho de apoio oficial para o relacionamento das duas nações.”

Neste sentido, Paul Liu aponta como particularmente importante o memorando de entendimento assinado por Lula e Hu Jintao em novembro último, no qual o Brasil reconhece a China como economia de mercado. “Apesar da resistência de muitos empresários brasileiros, tenho certeza de que isto vai abrir portas para parcerias futuras. Do ponto de vista político foi uma conquista fundamental pois o Brasil torna-se um aliado estratégico da China na América Latina”, avalia o presidente da câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico. (Fonte: Agencia Brasil)

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