Mercado

Brasil concede só 3% de subvenções e é competitivo

Os subsídios agrícolas equivalem a 3% do faturamento do setor no Brasil, parcela dez vezes menor que a concedida nos países desenvolvidos. Caso houvesse liberalização de 50% do mercado, o País poderia ganhar mais US$ 1,7 bilhão ao ano. As conclusões são de relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apresentado ontem.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, destaca que o Brasil – atrás hoje da Nova Zelândia – poderia ser o primeiro no ranking de menos subsídios, se não fossem os instrumentos de rolagem de dívidas dos agricultores, como o Programa Especial de Saneamento de Ativos (Pesa). “Não obstante o Brasil ter pouquíssimo subsídio, é altamente competitivo. Se não fossem as dívidas, seríamos o país mais liberal do mundo”, diz.

O diretor da OCDE para Alimentação, Agricultura e Pesca, Stefan Tangermann, defende que o fim dos subsídios promove benefícios inclusive para os produtores dos países que deixam de recebê-los. “Os subsídios provocam o aumento do preço da terra e do maquinário”, afirma.

Rodrigues e Tangermann demonstraram otimismo em relação à Rodada de Doha, em Hong Cong. Para Tangermann, as chances de sucesso do encontro aumentaram significativamente nas últimas semanas, com a apresentação da proposta da União Européia. Ele afirma que os países em desenvolvimento precisam apresentar propostas com relação a serviços.

“O G-20 pode ser um agente relevante nas negociações de Hong Cong, por ter posição intermediária entre a americana e a européia”, diz Rodrigues. Na avaliação do ministro, para que haja resultados concretos em Hong Cong, é essencial o cumprimento dos EUA e da UE das decisões da Organização Mundial do Comércio (OMC) nos painéis de algodão e açúcar, respectivamente. Rodrigues disse considerar que o fim dos subsídios às exportações esteja praticamente garantido, mas não se sabe quanto tempo esse processo irá demandar.

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