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BNDES deve liberar R$ 8 bilhões

Banco garante que haverá recursos suficientes para garantir mais energia em 2008. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) planeja liberar cerca de R$ 8 bilhões em financiamentos para projetos de energia até o final deste ano, informou sexta-feira Nelson Siffert, chefe do Departamento de Infra-Estrutura do banco. Siffert, juntamente com empresários do setor e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), participou do 2º Painel Setorial de Energia Elétrica, evento apoiado pela Gazeta Mercantil.

O valor corresponde a 70% dos R$ 11,3 bilhões previstos para serem investidos em projetos de geração, transmissão e distribuição de energia. Siffert acredita que os recursos podem ser liberados antes mesmo da realização do leilão de energia nova, previsto para dezembro. Além disso, afirmou que o banco poderá anunciar dentro de duas semanas as novas linhas de financiamento para transmissão e geração de energia nova, que estão sendo negociadas entre o BNDES e o Ministério de Minas e Energia.

Do total dos investimentos, R$ 5,9 bilhões devem ser destinados a projetos de geração nas usinas de Estreito (SP), Foz do Chapecó (divisa entre SC e RS) e São Salvador (rio Tocantins), todas classificadas no segmento da chamada ‘energia botox’ — usinas já licitadas, que entrarão no leilão.

Quanto ao restante dos recursos, R$ 2 bilhões serão direcionados a construção de cinco linhas de transmissão. R$ 1,5 bilhão serão investidos nas obras de 18 pequenas centrais hidrelétricas e R$ 900 milhões serão utilizados em projetos de distribuição de energia.

O representante do BNDES assegurou que não haverá escassez de recursos. “Essa não é uma questão que preocupa”, disse a jornalistas. A principal preocupação do governo é de que haja projetos novos suficientes para a geração de energia que atenda à demanda a partir de 2008. O programa de financiamento, que já passou pela área técnica do banco, incluirá usinas hidrelétricas, térmicas e a energia “botox”. Ainda na área de geração, o banco é o principal financiador do Proinfa, programa de fontes alternativas de energia. Até agora foram aprovados 10 projetos e mais as 18 propostas de PCHs.

No segmento de transmissão de energia, o BNDES pretende aprovar cinco projetos licitados este ano, com investimentos previstos de R$ 3 bilhões, sendo R$ 2 bilhões financiados pelo banco de fomento.

Finalmente, é no segmento de distribuição que Siffert identifica as mudanças mais importantes. Ele acredita que as empresas voltaram à normalidade, após séria crise de financiamento do negócio dos últimos anos. O executivo comentou que o banco tem recebido novos projetos de expansão, melhora e manutenção das redes.

“Voltamos à normalidade, à situação em que o setor elétrico caminha para investimento em áreas produtivas, que é o perfil do BNDES”, comentou. Para ele, a situação de crédito e a percepção de risco do setor elétrico melhoraram.

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