Mercado

Biocombustíveis: Unica defende posição da UE sobre efeitos indiretos do uso da terra

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) está satisfeita com o posicionamento vigilante e cauteloso da União Européia com referência aos efeitos indiretos do uso da terra (ILUC na sigla em inglês) atribuídos aos biocombustíveis.

Um novo relatório divulgado pela Comissão Européia (CE) em 22 de dezembro reconhece o importante papel dos biocombustíveis na descarbonização dos transportes e na criação de oportunidades para o desenvolvimento econômico. Entretanto, a UE também reconhece que as consideráveis discrepâncias entre os diferentes modelos que medem o ILUC geram confusão, particularmente quando utilizados para avaliar o impacto em potencial dos biocombustíveis.

“Nós apoiamos o comprometimento da Comissão Européia para continuar melhorando a ciência, que é essencial para determinar como medir o ILUC. Desenvolver a ciência para entender o ILUC para todas as atividades baseadas no uso da terra é essencial,” disse o representante-chefe da UNICA para a União Européia, Emmanuel Desplechin.

Segundo ele, os atuais exercícios de modelagem ainda são imaturos demais para avaliar com precisão a magnitude do ILUC para os biocombustíveis. “O estabelecimento de politícas públicas baseadas em uma ciência incerta poderia ser arriscado, levantando a possibilidade da legislação européia elaborada dessa forma contrariar as regras do comércio internacional.”

Além disso, os modelos existentes não levam em consideração diversos critérios de sustentabilidade colocados em prática por países como o Brasil, para garantir a produção sustentável dos biocombustíveis. Enquanto o relatório reconhece muitos esforços que têm como objetivo a produção sustentável de biocombustíveis, os estudos de ILUC deveriam considerar iniciativas como o Zoneamento Agroecológico, introduzido pelo governo brasileiro em 2010 para mapear e gerenciar a expansão da cana de açúcar e proteger áreas ricas em biodiversidade.

Banner Revistas Mobile