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BC prevê estouro da meta de inflação e PIB menor em 2003

Com informações da Reuters Investor, o Banco Central elevou sua projeção de inflação em 2003 para 10,8%, patamar superior à meta de 8,5% perseguida pela autoridade monetária este ano, de acordo com o primeiro relatório trimestral de inflação divulgado pelo banco no governo Lula.

Apesar da nova estimativa para a inflação, que também é superior à projeção anterior de 9,5% para o ano prevista no relatório de dezembro, o BC reafirmou que considera “prematuro” promover novos ajustes na meta de inflação.

“Não queremos ficar fazendo ajustes sistemáticos. Vamos continuar observando…(Uma decisão sobre mudanças na meta) vai depender de nossa avaliação subjetiva”, disse a jornalistas o diretor de Política Econômica do BC, Ilan Goldfajn, nesta segunda-feira.

Ele frisou que a economia vive um momento de incertezas devido à guerra no Iraque, à volatilidade do preço do petróleo e a dúvidas em relação aos reajustes dos preços administrados.

O presidente do BC, Henrique Meirelles, reiterou em São Paulo, durante seminário sobre a política econômica do governo Lula, que a meta perseguida continua sendo 8,5% para 2003, e que o instrumento para alcançar a meta é a política monetária.

Na última reunião em março, o Comitê de Política Monetária (Copom) do banco manteve a taxa básica de juros em 26,5%, após cinco meses seguidos de elevações, mas adotou um viés de alta, alertando para os riscos consideráveis à trajetória da inflação.

Meirelles disse que a crise vivida pelo país no ano passado foi muito grave, com forte desvalorização cambial e aumento do risco país, e por isso o BC teve que agir fortemente, para tentar conter a “inércia” inflacionária.

“Os preços não relacionados diretamente com o câmbio estão subindo. O choque de oferta funcionou como um gatilho da inflação”, disse o presidente do BC.

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