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Atividade da indústria paulista sobe em abril e cai no ano

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou comunicado ontem informando que o Indicador do Nível de Atividade (INA), que mede o desempenho do setor, apresentou queda de 1,4% no primeiro quadrimestre do ano, em relação ao último quadrimestre de 2004, já descontadas as diferenças sazonais. Com ajuste sazonal, o indicador apresentou crescimento de 2,2% em abril ante março.

A Fiesp está empenhada em mostrar que os juros efetivamente afetam a produção industrial. Os dados do INA foram apresenta

Em abril, desempenho foi 2,2% superior ao de março, o melhor resultado do ano dos um dia depois da divulgação pelo IBGE do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que cresceu pífios 0,3% em relação ao último trimestre de 2004.

De acordo com levantamento divulgado ontem, o desempenho de abril foi o melhor resultado do ano. Na comparação com abril de 2004, o crescimento chega a 6,3%. Sem ajuste sazonal, o indicador mostra queda de 0,5% na comparação com o mês anterior.

Para o diretor-adjunto do Departamento de Economia da Ciesp, Antonio Corrêa de Lacerda, o desempenho de abril foi sustentado pela produção e vendas para o Dia das Mães e Dia dos Namorados, além das exportações.

Feres Abujamra, diretor-adjunto do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp, observa que a atividade do setor tem refletido ainda o aumento do crédito à pessoa física, principal motor das vendas. No quadrimestre, as vendas reais do setor aumentaram 12,2% ante o mesmo período do ano passado.

No mês de abril, contudo, as vendas reais caíram 3,3% na comparação com março, sem ajuste sazonal. Para Abujamra, um dos fatores para essa queda é o alto nível de estoques de produtos acabados nas fábricas. “Os empresários se prepararam para um primeiro trimestre forte, que não se realizou.” Juros e câmbio continuam a preocupar a indústria paulista. Diretores da Fiesp e do Ciesp acreditam que o resultado do INA (com ajuste sazonal) pode ficar negativo já neste mês, refletindo o impacto das altas taxas e da valorização do real. Citaram como exemplo a indústria de embalagens, que registrou queda de 20%, em média, no número de pedidos em comparação com os últimos quatro meses de 2004. “A expectativa para os próximos meses não é alvissareira.” Os empresários destacaram, na pesquisa, a queda de 0,6% na atividade da indústria de máquinas e equipamentos em abril ante março. Segundo Lacerda, o recuo mostra que as indústrias não estão investindo. As exceções, diz, são os setores de coque e refino de petróleo e produção de álcool, que operam com 96,4% da capacidade instalada, e a indústria automotiva, com 89,4% de uso. Na média, a utilização da capacidade instalada recuou de 82,4% em março para 79,8% em abril.

Indicadores confirmam desaceleração

MESMA DIREÇÃO: Os números da indústria paulista no primeiro trimestre confirmam a tendência de desaceleração da produção revelada quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria brasileira caiu 1% em relação ao último trimestre de 2004, o Indicador de Nível de Atividade (INA), medido em conjunto pela Fiesp e o Ciesp, apresentou queda de 0,7% no mesmo período. Embora sejam indicadores distintos, com metodologia e abrangência próprias, PIB e INA indicam uma mesma tendência. O INA mede uma série de variáveis, como vendas reais, horas trabalhadas, utilização da capacidade instalada, entre outras.

O PIB industrial mede a riqueza produzida pelo setor. “O INA é um indicador de tendências, que mede como está a temperatura na linha de produção da indústria paulista”, explica o economista Antônio Correa de Lacerda, diretor do Ciesp. Marcelo Rehder

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