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Ativa Corretora vê potencial de alta em papel da Cosan

A Ativa Corretora reiniciou a cobertura dos papéis da Cosan, maior produtora de cana-de-açúcar do mundo, com recomendação de compra para as ações ordinárias (ON, com direito a voto). Pelas projeções da corretora, o preço alvo de cada ação é de R$ 52,34 até dezembro de 2007. Conforme o fechamento do papel na sexta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o potencial de valorização da ação é de 40,32%. As estimativas levam em conta as projeções de resultado para a empresa, mas dependem das condições de mercado e da procura pelo papel.

O texto assinado pelo analista Guilherme Marins diz que as boas perspectivas para o papel se baseiam na expectativa de crescimento do setor sucroalcooleiro e nas vantagens competitivas que a empresa apresenta frente às concorrentes internacionais. Na visão da corretora, esse crescimento está apoiado no aumento do consumo de açúcar e no uso cada vez maior do álcool como um combustível alternativo no Brasil e como aditivo à gasolina em outros países. “O consumo de açúcar deverá continuar aumentando devido ao crescimento da população mundial, do poder de compra dos consumidores em diversas regiões do planeta, do consumo de alimentos processados e de adoçantes de baixa caloria a base de açúcar, como sucralose”, diz o relatório.

Outro ponto positivo apontado pela equipe da Ativa está no fato de a Cosan pretender incluir no seu negócio a venda de energia elétrica, agregando valor, visto que este setor está em plena expansão no Brasil. O relatório lembra ainda que os papéis da Cosan na Bovespa mantém boa correlação com o preço do açúcar no mercado internacional, o que faz com que o valor da empresa tenha grande sensibilidade às flutuações do produto.

Apesar de o setor sucroalcooleiro brasileiro ser extremamente fragmentado, com mais de 300 usinas, a Cosan detém uma fatia de mercado de 9,4% em relação à cana-de-açúcar moída, bem superior ao seu maior concorrente, com 2,8%, afirma o relatório. Como muitos dos concorrentes são relativamente pequenos, a Ativa avalia que eles podem ser alvos de futuras aquisições por parte da Cosan.

Um ponto positivo da empresa está na flexibilidade de ajustar a produção entre o açúcar e o álcool. “No longo prazo, teremos uma menor participação do açúcar e uma maior participação do álcool no total da produção”, diz o texto. “Esse percentual que atualmente está em 62% para o açúcar e 38% para o álcool deverá se alterar para 55% e 45% em 2012, respectivamente.” Outro aspecto relevante é que a Cosan é auto-suficiente em energia elétrica a partir do bagaço de cana-de-açúcar, o que acaba contribuindo para a diminuição dos seus custos operacionais.

Um entrave para uma elevação do crescimento da Cosan no cenário internacional é o protecionismo adotado pelos países desenvolvidos, o que acaba limitando o acesso da empresa a grandes mercados de açúcar e álcool, como Estados Unidos e União Européia. Outro risco é o preço do açúcar no mercado internacional. Caso a commodity tenha queda, haverá um impacto negativo no valor da companhia e de seus papéis, alerta o relatório.

A produção mundial de cana está diretamente relacionada com a produção de açúcar e encontra na beterraba açucareira seu grande competidor mundial. Os países da União Européia subsidiam fortemente a produção do açúcar de beterraba para atenuar os custos sociais e com as importações do açúcar de cana. (LM)

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