Mercado

As soluções de BI no agronegócio

Uma análise agrícola baseada em fatos vale mais que mil opiniões. Afirmar que o desempenho da área agrícola é fundamental para o sucesso do negócio sucroalcooleiro é ponto pacífico, considerando a complexidade e os riscos inerentes a essa atividade. Assim, ter informações relevantes, de qualidade e em tempo para subsidiar a melhoria do desempenho agrícola passa a ser um imperativo cada vez maior entre os gestores e dirigentes do setor. O desafio é organizar a montanha de dados que os sistemas informatizados nos fornecem atualmente, para que eles tenham relevância para a gestão agrícola através de processos que sejam rápidos e de qualidade. As soluções de business intelligence, melhor conhecidas pela sigla BI, têm exatamente esse propósito.

O BI entrou em evidência como um complemento útil às implementações dos ERPs, como ficaram conhecidos os chamados sistemas integrados de gestão. Os ERPs foram concebidos para automatizar um conjunto de processos de negócio, registrando as transações, tais como um apontamento de produção ou um lançamento contábil em um banco de dados único. Mas, por razões técnicas, a capacidade de registrar grandes volumes de dados de maneira eficiente se faz, paradoxalmente, em detrimento da facilidade de se disponibilizar esses dados para consulta. Daí a síndrome da montanha de dados a que nos referimos.

Quando ainda convive-se dentro da empresa com mais de um sistema (um para a área agrícola, um para a área administrativo-financeira, etc.), o que não é tão incomum, então temos várias montanhas de dados que não se cruzam, pois há vários bancos de dados com os quais trabalhar. Não é de admirar o esforço comumente dispendido para se obter, por exemplo, o custo das operações agrícolas por tonelada colhida, com o detalhe e as variações que se podem requerer, já que mais de um sistema normalmente está envolvido na obtenção dessas informações.

De forma simplificada, o que o BI faz para resolver essa dificuldade de acesso às informações armazenadas pelos sistemas de gestão é criar rotinas automáticas para buscar as informações relevantes nessas bases de dados, reorganizá-las para facilitar o acesso elas e prover ferramentas de consulta para os usuários visualizarem e manipularem essas informações.

Quais locais de produção estão produzindo cana a um custo acima do valor de mercado? Por quê? Como melhorar o desempenho? Que operações podem ser modificadas? Terceirizar ou manter recursos próprios? Ampliar ou reduzir o corte mecanizado? Qual o melhor ponto para disparar a reforma do canavial? O programa de plantio está dentro do prazo? Vão faltar recursos? Há equipamentos com alto nível de ociosidade? O nível de absenteísmo aumentou? A produtividade e a qualidade da cana estão dentro das metas? Os rendimentos das operações estão melhorando? Estes são exemplos de algumas das questões de negócio que um BI deveria ajudar a responder na área agrícola, com precisão e rapidez.

A tecnologia para isso está consolidada no mercado e já há exemplos de sucesso no setor canavieiro. Considerando que haja sistemas de gestão em funcionamento cobrindo as áreas de interesse na empresa, a implementação do BI pode se dar em um espaço relativamente curto de tempo. Em especial se a iniciativa for subdividida em fases, os resultados podem ser disponibilizados por partes, gradativamente, antecipando os benefícios da análise.

Há várias soluções de mercado disponíveis para implementar um BI, mas o primordial é que a iniciativa esteja ancorada em uma visão bem articulada sobre como medir o desempenho da área agrícola, com metas e responsabilidades claras de todos os envolvidos. Com isso, fica mais fácil identificar as informações relevantes para a gestão e em que sistemas buscá-las.

Em um negócio complexo e arriscado, tal qual é a atividade agrícola, uma análise baseada em fatos vale mais do que mil opiniões. O BI ajuda a tornar mais objetiva essa busca pela melhoria, aproveitando o grande manancial de informações que já existe dentro da empresa.

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