Mercado

Araçatuba é estratégia em logística de etanol do Governo Federal

Portos na Hidrovia Tietê-Paraná
Portos na Hidrovia Tietê-Paraná

O Sistema Logístico Multimodal de Etanol prevê a criação, no Sudeste e Centro-Oeste brasileiros, de corredores de transportes dutoviário e hidroviário do combustível, que funcionarão em conjunto com o sistema de distribuição já existente nessas regiões. Futuro terminal aquaviário de etanol, a ser construído em Araçatuba, e um ramal regional da ferrovia Norte-Sul foram incluídos no Programa de Investimento em Logística do Governo Federal, com investimentos de R$ 63 milhões.

Divulgado na terça-feira (9) pela presidenta Dilma Rousseff, o pacote de ações totaliza R$ 198,4 bilhões, dos quais R$ 37,4 bilhões serão destinados ao setor portuário. Araçatuba está entre os municípios paulistas que receberão cinco dos 63 projetos em análise. O etanol será captado em terminais e transportado por dutos que interligam Jataí (GO) a Paulínia (SP), pela Hidrovia Tietê-Paraná. Paulínia será um hub (armazenamento principal), e a partir desse ponto o combustível será distribuído para terminais e portos do Rio de Janeiro e de São Paulo.

O prefeito Cido Sério comemora mais essa conquista de extrema relevância econômica e ambiental para Araçatuba. “O projeto visa benefícios ambientais e econômicos, prevendo redução de custos logísticos em todo o processo, além de oferecer alternativa de transporte com redução significativa na emissão de poluentes. A nossa alegria é maior ainda porque estamos ajudando a construir esse novo cenário de desenvolvimento e de importância estratégica para nossa cidade e ampla região, especialmente com reflexos na geração de emprego e renda”.

A empresa Logum, construtora e operadora do projeto, anunciou a geração de quase 500 empregos diretos. O terminal araçatubense centralizará a captação e armazenamento de etanol dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, em um raio de 200 quilômetros, com a perspectiva de quatro milhões de metros cúbicos por ano. O combustível será bombeado dos tanques em terra para barcaças e transportado para a unidade paulista de Anhembi, pela Hidrovia Tietê-Paraná.

Carlos Farias, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Relações do Trabalho, considera que o futuro terminal tem importância estratégica, em nível nacional, para escoamento e distribuição do etanol. “O setor sucroalcooleiro – futuramente até de derivados de petróleo – tem expectativas positivas nesse projeto, especialmente em termos de competitividade. Como novidade, atrairá investimentos, integração de serviços e geração de centenas de empregos no Município”.

Agenda Tietê
O anúncio da construção de terminal aquaviário de etanol, em Araçatuba, aconteceu após a intensificação da ‘Agenda Tietê’ empreendida pelo prefeito Cido Sério no primeiro semestre de 2015. Nesse período, ele participou de várias reuniões em Brasília, e especialmente no mês de maio com três ministros sobre a prioridade de retomada da navegação na Hidrovia Tietê-Paraná.

No dia 27 de maio, ele se reuniu com o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, após proferir palestra sobre o assunto em encontro da Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), na capital federal. O movimento pela retomada da navegação na Hidrovia Tietê-Paraná, que tem 2,4 mil quilômetros de extensão e é uma das mais importantes vias de escoamento de grãos, celulose e outros granéis, foi potencializado a partir de 29 de abril, em Barra Bonita, no interior paulista. Empresários e políticos se reuniram para discutir soluções.

No dia 6 de maio, o assunto foi tratado por Cido Sério com o ministro Edinho Araújo, da Secretaria Nacional dos Portos, ex-prefeito de São José do Rio Preto e de Santa Fé do Sul, também em Brasília. No mesmo dia, ele se reuniu com o araçatubense Carlos Eduardo Gabas, ministro da Previdência Social, para abordar outro assunto relacionado ao rio Tietê: reativação plena das atividades do Estaleiro Rio Tietê, que está em dificuldades para manter a produção. E, por isso, demite funcionários. No dia 20 de maio, nova agenda foi cumprida com Gabas, sobre essa preocupação.

Fechada desde maio do ano passado por causa da falta de chuvas, a Hidrovia Tietê-Paraná – interliga cinco Estados – segue paralisada, com o nível de água reduzido em aproximadamente cinco metros. A paralisação já soma R$ 700 milhões em prejuízos, pois transportava entre seis e oito milhões de toneladas de carga por ano.

Fonte: (G1)

Banner Revistas Mobile