Mercado

Após mudanças, Brasil Ecodiesel tenta recuperar imagem

Após concluir sua reestruturação financeira em setembro do ano passado, a Brasil Ecodiesel busca agora demonstrar solidez e estabilidade ao mercado para tentar voltar a ser encarada como um importante player do segmento. No leilão realizado nesta semana pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a empresa foi a segunda maior vendedora, assegurando a comercialização de 69 milhões de litros, 12,2% do total. A líder foi novamente a paulista Granol, que vendeu 70 milhões de litros (12,4% do total).

“Esse é um sinal ao mercado que após nossa reestruturação do ano passado estamos atendendo todos os contratos com a Petrobras e as entregas estão sendo feitas, o que mostra nossa estabilidade”, afirma Mauro Cerchiari, presidente da Brasil Ecodiesel, que assumiu a cadeira após os ajustes da empresa e a reavaliação de seus ativos.

O executivo cita como exemplo da estabilidade de fornecimento o ! fato de o leilão desta semana ter sido o terceiro consecutivo em que a Brasil Ecodiesel assume um compromisso de venda superior a 60 milhões de litros. Desde as mudanças, foram fechadas as unidades de Crateús (CE) e Floriano (PI), que ainda seguem fora de operação. Em atividade estão as usinas de Tocantins, Maranhão, Bahia e Rio Grande do Sul, mais próximas das regiões produtoras e que juntas têm uma capacidade instalada para 550 milhões de litros de biodiesel por ano.

A estratégia de manter em operação apenas as unidades mais próximas das regiões produtoras de soja não é por acaso. O grão ainda serve como matéria-prima de 80% de todo o biodiesel produzido no país – 13% têm como base o sebo bovino e 7%, outros produtos.

Segundo Cerchiari, as empresas estão buscando alternativas à soja para reduzir a dependência e também diminuir os riscos das oscilações do mercado. “Já compramos quase toda a soja que precisamos para o novo contrato. As perspectivas de uma safra grande ! que está sendo colhida, no entanto, oferece uma perspectiva de menor custo de produção”, afirma, ao lembrar que os preços do biodiesel praticados no leilão são suficientes para cobrir custos e ainda oferecer uma margem para as indústrias.

O preço inicial de referência do leilão desta semana foi de R$ 2,30 por litro. Os negócios, no entanto, fecharam com um preço médio R$ 2,2369 por litro, deságio de 2,74%. Esse valor foi 4,5% inferior ao valor médio da oferta anterior, quando a Petrobras pagou, em média, R$ 2,3376 por cada litro de biodiesel.

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