Mercado

Antigos engenhos são opção de hospedagem

Com a instabilidade da cultura da cana-de-açúcar no mercado, engenhos tradicionais da Zona da Mata Norte de Pernambuco apostaram no turismo como forma de viabilização econômica e preservação. Cerca de dez propriedades da região já foram convertidas em equipamentos para day-use, visitação e, principalmente, pousadas. “Hoje, o turismo rural supera em quatro vezes a receita com a cana-de-açúcar. Nossa propriedade não é tão grande”, diz a proprietária do Engenho Cueirinha, em Nazaré da Mata, Nara Maranhão.

Como parece regra entre os novos empreendimentos turísticos da Mata Norte, a conversão do engenho em pousada se deu de maneira quase espontânea. “Isso foi em 2001. Era uma forma de ocupar os espaços sem uso, os filhos já estavam morando no Recife”, diz ela, que, além de três suítes na casa-grande do engenho, já conta com seis amplos chalés ao longo das colinas do terreno. Com todas as refeições inclusas, as diárias custam de R$ 90 a R$ 130. A gastronomia é um dos carros-chefes do lugar.

“Ainda precisamos trabalhar e divulgar muito esses roteiros, mas não posso me queixar. O público só é um pouco menor nos meses de março e agosto, quando as despesas familiares com impostos e material escolar, por exemplo, aumentam”, diz ela, que conhece bem o perfil de seu público. “São famílias com filhos de até 10 anos, profissionais liberais e funcionários públicos.”

No município de Itambé, o casal Lúcia e Bartolomeu Carneiro Leão também converteu o Angico, antigo engenho da família, em hospedagem rural. “Conheci fazendas com hospedagem nos Estados Unidos e em Portugal e achei fantástico. Resolvi fazer o mesmo aqui como forma até de garantir a manutenção da propriedade, que é cara”, diz Lúcia. “Todo o dinheiro que ganhamos com turismo investimos permanentemente na melhoria da estrutura. O turismo ainda não gera lucro, mas já se paga”, diz.

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