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Animais feridos em queima da cana são tratados no interior de SP

Não é incomum que as queimadas de cana-de-açúcar, frequentes nessa época do ano no interior de São Paulo, causem danos à fauna e matem animais silvestres que vivem ou passam pelos canaviais. Durante o processo, o fogo pode chegar a uma temperatura de 800 ºC e avança de forma rápida, o que dificulta a fuga dos animais.

– Se os quatro lados do canavial forem queimados ou se o animal for um filhote e não tiver uma toca para se esconder, é muito pouco provável que ele sobreviva a uma temperatura altíssima – afirma o biólogo do Parque Ecológico Doutor Antonio T. Vianna, em São Carlos, Fernando Magnani.

O parque recebeu 15 animais feridos em queimadas nos dois últimos anos. Um filhote de onça parda é o mais recente sobrevivente ao fogo. Ele foi encontrado desmaiado no meio de um canavial com queimaduras de segundo grau. Depois de tratado no zoológ! ico, ele ainda se recupera dos ferimentos e deve perder parte de uma das orelhas. O irmão dele não teve a mesma sorte e não sobreviveu às queimaduras.

Outra vítima das queimadas que está no Parque Ecológico é um cachorro do mato que ficou cego por causa do fogo. Hoje, ele vive isolado porque não pode ser colocado com outros animais nem ser devolvido à natureza.

Com a expansão da monocultura sucroalcooleira, as áreas de matas foram ficando escassas, o que levou os animais a usarem o canavial como espaço para se alimentar e reproduzir. A multa para cada animal ferido ou morto em uma queimada é de R$ 1.429.

– Se observamos uma queimada feita pelas usinas ou qualquer proprietário rural fora dos padrões ou sem autorização, o responsável responde penalmente e de forma administrativa – afirma o subtenente da Polícia Ambiental Wardelein Geraldo Júnior.

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