Mercado

Comércio bilateral pode chegar a US$ 6 bilhões

São Paulo, Brasil e Rússia pretendem ampliar de US$ 2 bilhões para US$ 6 bilhões o comércio entre os dois países até o fim de 2006. O primeiro passo para o aumento dessa parceria foi dado ontem, com a reunião do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, em São Paulo. Na próxima, o presidente russo, Vladimir Putin, estará no Brasil para assinar acordos com a Petrobrás e na área de aviação. Outra importante negociação, já em curso, é a parceria AGCO do Brasil Comércio e Indústria Ltda e o governo da república Bashkortostan. A indústria brasileira pretende exportar tratores para aquele país.

O comércio entre os dois países está baseado praticamente em commodities: açúcar, carnes e tabaco representam 80% das vendas brasileiras à Rússia, que comercializa com o Brasil, principalmente, adubos. A Rússia responde por 1,5% das importações totais brasileiras e 2% das exportações.

“Comercializamos commodities, mas queremos ampliar para produtos com maior valor agregado”, afirma Marcus Vinicius Pratini de Moraes, presidente brasileiro do Conselho Empresarial Brasil-Rússia. O grupo firmou acordo de cooperação na área de agronegócio, aeronáutica, comunicações e transportes.

Segundo Pratini de Moraes, os dois países gastam até US$ 80 milhões por ano para viabilizar as operações de comércio, feitas por bancos de fora dos dois países. Por isso, ele acredita que é preciso uma cooperação entre as instituições financeiras brasileiras e russas.

“Não será apenas uma cooperação bilateral, mas também com terceiros países importantes para os dois”, afirmou Ara Abramia, presidente russo do conselho. A Rússia já tem conselhos semelhantes com a Argentina e a Coréia do Sul. Segundo ele, poderiam participar desse comércio, além dos integrantes de conselhos, países vizinhos à Rússia, do Leste Europeu, Índia, China e membros do Mercosul.

O primeiro passo concreto da união entre os dois países é um pré-acordo com a AGCO. Segundo Mário Fioretti, diretor de assuntos institucionais da empresa, serão vendidos tratores para montagem na Rússia a partir do ano que vem. Volume e especificações do produto ainda serão definidos. A AGCO, com sede no Rio Grande do Sul, exporta para 90 países, sendo 45% da sua produção de colheitas (2,6 mil unidades) e 60% dos tratores (25 mil unidades).

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