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Amorim diz que Brasil tenta convencer países caribenhos de que não quer dificultar venda de açúcar

O governo brasileiro negocia o apoio dos países integrantes da Comunidade do Caribe (Caricom) à pretensão de ocupar um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita a três países latinos, disse que o governo da Guiana não só apóia a candidatura brasileira, mas se comprometeu a buscar outras adesões no Caricom. O Brasil, por sua vez, esforça-se em convencer os caribenhos de que não deseja dificultar a venda de açucar dos integrantes do Caricom aos países europeus, onde o produto das ex-colônias entra com taxas especiais, inferiores aos demais produtores.

– Não queremos tirar a preferência dos caribenhos, mas evitar que a produção de açúcar na Europa seja subsidiada – explicou Amorim.

A saia-justa com os caribenhos está relacionada à política de combate aos subsídios europeus ao açúcar desencadeada pelo governo brasileiro junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). Como o Brasil ganhou a questão, os europeus disseram aos fornecedores caribenhos que teriam de suspender as preferências às ex-colônicas, que vendem o acuçar naquele mercado sem quotas limitadas e com tarifas menores. Amorim frisou que a posição brasileira é contra os subsídios aos produtores europeus e não às preferências.

Satisfeito com os resultados da viagem de Lula até agora (o presidente já esteve na Venezuela e Guiana e nesta terça-feira participará da Conferência dos chefes dos países do Caricom), Amorim disse que um presidente brasileiro não visita a Guiana há 16 anos, quando José Sarney esteve em Georgetown. Ele disse que o governo brasileiro enviará uma missão técnica ao país, para dar continuidade aos entendimentos, com a ajuda do Correio Aéreo Nacional (CAN), recentemente reativado.

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