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Alta em NY ajuda produtor a...

A cotação do suco de laranja chegou ontem a 139 centavos a libra peso para os contratos com vencimento em junho. Representou uma alta de 14% no ano e de 40% em 12 meses. A tendência de alta nos preços fortalecem os argumentos dos citricultores. O presidente da Associtrus disse ontem, logo após a reunião com o diretor de Administração e Finanças da Cutrale, José Luiz Cevato, que é clara a mudança de atitude dos representantes da indústria. O empenho em chegar a um acordo com os fornecedores, já que a matéria-prima é escassa e o mercado internacional e francamente comprador.

Além de um preço compatível com os custos de produção, os produtores querem ainda reordenar as relações com a indústria. Entre os pleitos, está a de que a parcela de contribuição dos citricultores para o Fundecitrus seja provisoriamente depositada na conta da Associtrus. São antigas as desavenças entre os citricultores e a indústria, no que se refere à administração desse fundo de apoio à citricultura.

Para Flávio Viegas, as pesquisas desenvolvidas pelos especialistas ligados à Fundecitrus só estão voltadas aos interesses da indústria. Além disso, segundo afirmou, os estudos “são secretos”, uma vez que não se conhecem os métodos desenvolvidos. As pesquisas são feitas apenas nas fazendas da indústria. O presidente da Associtrus acredita que origem dos conflitos em torno da administração do Fundecitrus se deve à falta de representatividade na sua administração.

Safra adiada

Os citricultores estão dispostos a impedir o início da colheita da laranja, caso não se chegue a um acordo em torno dos preços e das relações com a indústria. A determinação dos produtores em forçar uma acordo com a indústria foi expressada no texto da reivindicação apresentada à Cutrale pelos produtores. Caso as frutas amadureçam rapidamente e comecem a se perder, caindo ao chão, então os produtores irão autorizar a colheita das frutas para ser processadas em pequenas indústrias, onde permanecerão estocadas. Uma vez firmado o acordo, será então autorizada a entrega do suco mediante a devida remuneração do produto.

Viegas afirma que a negociação é cordial e segue duas diferentes linhas de entendimento. Primeiro será negociada a revisão dos contratos, cuja vigência da maioria termina em três anos. Em seguida, será iniciado o entendimento para a instituição do Consecitrus, um sistema de remuneração da matéria-prima da indústria de suco semelhante ao Consecana, que estabelece a forma de cálculo para o pagamento da cana pelas usinas de açúcar e álcool. Segundo o Consecana, o valor da matéria-prima é estabelecido de acordo com o rendimento, o teor de sacarose e o preço do produto final. Pelo Consecana, o preço da cana-de-açúcar corresponde a 60% do faturamento das usinas. Uma assembléia realizada em Cordeirópolis (SP) por 200 citricultores definiu os parâmetros para a criação do Consecitrus.

Produtores reivindicam método de pagamento semelhante ao aplicado pelas usinas de açúcar e álcool para a remuneração da cana

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