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Alcoolduto da PMCC, liderada pela Petrobras, atrai empresas

A parceria da Petrobras com Mitsui e Camargo Corrêa na empresa PMCC Projetos de Transporte de Álcool S.A. poderá ganhar novos sócios. A PMCC foi criada para desenvolver um projeto de logística para o etanol, por meio de dutos, desde o Centro-Oeste até o litoral do Sudeste, em uma extensão de quase mil quilômetros. O Valor apurou que há empresas negociando uma possível entrada no projeto do alcoolduto da PMCC, que prevê investimentos totais de cerca de R$ 2 bilhões.

A Petrobras confirmou que “de fato” existem várias empresas interessadas em ingressar no empreendimento da PMCC, que tem participações iguais entre os três sócios (Petrobras, Mitsui e Camargo Corrêa). A PMCC é uma empresa de logística e não tem a função de comercializar o etanol. A estatal não informou os nomes de empresas com as quais a PMCC negocia, pois alegou que existem cláusulas de confidencialidade.

O corredor de transporte para o etanol do Centro-Oeste para o Sudeste é conhecido dentro da Petrobras como Sistema de Escoamento Dutoviário de Álcool e Derivados (Seda). Um dos objetivos do projeto é ampliar a capacidade de exportação via Rio de Janeiro e atender ao mercado doméstico.

O alcoolduto da PMCC está previsto para ser implantado em fases e, quando estiver concluído, irá se estender entre Paulínia, onde situa-se a Refinaria do Planalto (Replan), e Senador Canedo (GO), em trajeto com cerca de 800 quilômetros. Esse trecho será instalado na mesma faixa do poliduto São Paulo-Brasília (Osbra), usado para transporte de gasolina, nafta, diesel e querosene de aviação (QAV). Estão previstos quatro centros coletores de etanol na faixa do Osbra. São eles: Ribeirão Preto, Uberaba, Itumbiara e Senador Canedo. Um outro duto, com 115 quilômetros, será construído entre a Replan e Anhembi (SP).

Esse duto permitirá receber o etanol transportado pelo sistema de empurradores e barcaças, a ser operado pela Transpetro, subsidiária de logística da Petrobras, na hidrovia Tietê-Paraná. A Transpetro lançou ontem concorrência para construir as embarcações no Brasil, conforme antecipado pelo Valor. Os 20 comboios de empurradores e barcaças também fazem parte do corredor de logística do etanol da Petrobras. Na hidrovia estão programados a instalação de quatro terminais, sendo três para recebimento do álcool (Presidente Epitácio, Aparecida do Tabuado e Araçatuba) e um para entrega do produto, em Anhembi, de onde seguirá por duto para a Replan.

A Petrobras informou que o plano do alcoolduto encontra-se com o projeto básico concluído e em fase de licenciamento ambiental – ainda não foi iniciada a construção em nenhum trecho, o que depende das licenças. A empresa espera receber a licença prévia em 30 dias. Após a emissão, o projeto vai entrar na etapa de construção e aquisição de equipamentos.

Segundo a Petrobras, a entrada em operação do primeiro trecho do alcoolduto, entre Uberaba (MG) e Paulínia (SP) está prevista para o segundo semestre de 2011. Esse trecho permitirá atender ao mercado interno, por meio das bases de Paulínia, Barueri e Guarulhos, e também ao mercado externo via terminal de Ilha D´Água, no Rio de Janeiro, já em 2010. Outras fases do projeto serão implantadas mais adiante dentro de um cronograma que vai até 2013.

A previsão é que o sistema movimente 12,8 bilhões de litros de álcool por ano no trecho Senador Canedo-Paulínia na safra 2020/21. Para a hidrovia, a estimativa da Petrobras é de que o volume atinja 9,4 bilhões de litros de etanol por ano daqui a dez anos. O plano é de que o produto transportado pelo duto e hidrovia seja distribuído em Paulínia, região metropolitana de São Paulo, Vale do Paraíba e nos terminais marítimos de São Sebastião (SP) e Ilha D´Água. Em 2009, a Petrobras exportou 500 milhões de litros de etanol. (Francisco Góes)

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