Mercado

Álcool pode ser saída para crise com Argentina

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que um grupo de empresários brasileiros irá à Argentina, em agosto, para conversar com os produtores de açúcar sobre uma alternativa destinada a superar o impasse comercial nesse setor, que prejudica as negociações do Mercosul em foros internacionais.

A proposta de Rodrigues, que, segundo uma fonte diplomática, foi bem recebida pelo governo argentino, seria uma experiência piloto: produtores de açúcar da Argentina transformariam parte de sua produção em álcool e o exportariam ao Brasil, utilizando equipamentos brasileiros financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A idéia seria mostrar que os argentinos teriam vantagem em produzir álcool, um produto cuja demanda mundial vem crescendo.

“Terá de ser uma metodologia ganha-ganha, porque se um lado perder, o processo emperra”, disse a este jornal uma fonte do governo brasileiro, salientando que o assunto é muito sensível. Desde a criação do Mercosul, em 1991, todas as tentativas de resolver o impasse do açúcar não prosperaram.

Relacionamento mais fácil

Agora, a alternativa sugerida por Rodrigues – “uma nova forma de administrar o assunto” – poderá ser facilitada, uma vez que o ministro da Agricultura da Argentina, Miguel Campos, tem familiaridade com o setor no Brasil: foi adido agrícola na embaixada de seu país em Brasília, fala português e conhece funcionários brasileiros. Fontes do ministério da Agricultura admitem, entretanto, que o assunto de uma eventual parceria entre Brasil e Argentina na produção de álcool está em fase “preliminar” e depende de um conjunto de condições: o álcool deverá ter preço competitivo com o açúcar e a taxa de juros do BNDES, para a compra de equipamentos por usineiros argentinos, terá de ser razoável.

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