Um Airbus A380, maior avião de passageiros do mundo, tornou-se, na semana passada, o primeiro jato comercial a usar combustível alternativo, um marco em direção a biocombustíveis no setor de aviação. O A380 de dois andares não precisou de modificação para usar o gás convertido em líquido (GTL, na sigla em inglês), que foi projetado para ser misturado ao combustível convencional de jatos para que “a aeronave não saiba a diferença”, informou a Airbus.
A companhia espera que o modelo, afetado por atrasos de produção, vá se tornar o centro dos esforços para desenvolver a próxima geração de combustíveis limpos, em uma época na qual a indústria da aviação está sob pressão por conta do impacto das emissões no clima.
Sebastien Remy, chefe do programa da Airbus para combustível alternativo, disse que o GTL usado na última sexta-feira não é mais “limpo” em termos de gás carbônico (CO2) do que o combustível convencional, mas é benéfico por não produzir enxofre.
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Por volta de 2025, um quarto do combustível de jatos pode ser composto de energia alternativa. O combustível usado, uma mistura de 60% de querosene de aviação e 40% de GTL, foi utilizado em um dos quatro motores do A380. O GTL foi fabricado na Malásia a partir de gás natural e, como tal, é um combustível fóssil, não um biocombustível, que é feito de matérias-primas renováveis. Mas Remy afirmou que o GTL é o primeiro passo para o desenvolvimento de biomassa em combustível líquido (BTL, na sigla em inglês), que pode ser feito de qualquer coisa, desde madeira até grãos.
O A380 decolou da base de Filton, pertencente à companhia, e foi observado por repórteres e centenas de funcionários da Airbus, e pousou em Toulouse, sul da França, após um vôo teste de três horas.
A demonstração feita na sexta-feira aconteceu semanas antes de o plano do bilionário britânico Richard Branson, do Virgin Group, conduzir um teste de combustíveis renováveis em um Boeing 747. Remy afirmou que o primeiro uso comercial do GTL pode acontecer em 2009, pela Qatar Airways
